A missa pelo sétimo dia do advogado Célio Silva, morto aos 91 anos de causas naturais, está marcada para amanhã, na Paróquia São Pedro de Alcântara, na QI 13 do Lago Sul. A cerimônia ocorre às 11h30, e deve durar cerca de uma hora.
Durante quase 50 anos, Célio atuou na Justiça brasiliense. Ele foi o primeiro procurador do Distrito Federal, exerceu atividades junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ao Supremo Tribunal Federal (STF), foi indicado pelo ex-presidente Fernando Collor como Advogado-Geral da União e também trabalhou para empresas de comunicação, como o Correio Braziliense, e até para Márcia Kubitschek, filha de JK.
Deixou a mulher, Maria Thereza, os filhos Fernando, Henrique e Izabel, seis netos e dois bisnetos do coração. ;Faríamos 65 anos de casados. Infelizmente, não chegamos a isso. Mas não posso reclamar. Era uma pessoa calma, sempre tivemos um bom relacionamento. Um ótimo marido, graças a Deus. Mas o Célio fez diálise durante três anos, estava com a saúde frágil. Lamento a perda, mas estou ciente de que ele descansou;, contou a viúva.
Segundo ela, enfrentar a morte de um ente querido é ;algo complexo para uma família unida;. ;Era meu companheiro de uma vida inteira;, completou. Para o filho Fernando Neves, ex-ministro do TSE, as lembranças são as melhores. ;Um excelente pai. Marido muito cuidadoso. Alguém que fez a diferença;, declarou.
Célio Silva casou-se com Thereza em 1951, um ano após concluir a faculdade de Direito do Largo São Francisco ; ainda hoje uma das mais importantes do país. Trabalhou em São Paulo durante uma década, mas aproveitou a criação da Nova Capital para arriscar. Mudou-se para Brasília em 1961, sem a família, com a intenção de abrir um escritório de advocacia.
De fato, teve sucesso na iniciativa privada, mas também fez uma primorosa carreira no serviço público. ;Embora tivesse ocupado alguns cargos importantes, gostava de separar a pessoa e o emprego que ela exercia. Nunca teve aquela coisa de bajular autoridade;, completou Fernando.
Durante os fins de semana, Célio cozinhava. Reunia a família em volta da mesa, servindo massas com molho vermelho ; possível herança dos ancestrais italianos ; e vinho. Frango e peixe também entravam no cardápio. Adorava fazer pratos salgados, mas não arriscava no doce. Viajava nas férias, sempre que possível, levando todos os parentes, mas tinha momentos de lazer apenas com a mulher. ;Fomos muito felizes;, finalizou Maria Thereza.
Trabalho
Para o vice-presidente executivo do Correio, Evaristo de Oliveira, a morte de Célio Silva foi uma triste notícia. ;O conhecia desde 1970, quando ele negociava entre os patrões e empregados dos jornais. Era uma personalidade entre a gente;, lembrou.