Enquanto o país enfrenta uma realidade de corte de despesas e ajuste fiscal, os representantes do Distrito Federal no Congresso aumentaram os gastos com cota parlamentar. No primeiro semestre de 2016, os oito deputados federais da bancada do DF torraram mais de R$ 1,1 milhão, valor 31% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado. Passagens aéreas, combustível, aluguel de carros de luxo e impressão de panfletos estão entre as principais despesas.
O deputado Alberto Fraga (DEM) lidera o ranking dos parlamentares que mais gastaram com a verba indenizatória este ano. De janeiro a junho, ele apresentou notas fiscais para justificar uma despesa total de R$ 189,3 mil. Em seguida, aparece Laerte Bessa (PR), que gastou R$ 185,7 mil no mesmo período, seguido pelo tucano Izalci, que registrou despesas de R$ 173,1 mil. Augusto Carvalho (SD) usou R$ 157,3 mil de recursos da cota e Rôney Nemer (PMDB), um total de R$ 140 mil. Os três parlamentares do DF que menos gastaram foram Ronaldo Fonseca (Pros) ; R$ 112,6 mil ;, Rogério Rosso (PSD) ; R$ 102 mil ; e Érika Kokay (PT) ; R$ 80,1 mil.
Consultorias
Os oito parlamentares também tiveram despesas altas com a contratação de consultorias, pesquisas e trabalhos técnicos. Eles gastaram, juntos, R$ 285,2 mil com essa finalidade. As regras para uso da cota parlamentar estabelecidas pela Câmara dos Deputados autorizam o repasse de recursos para a contratação de serviço de apoio ao exercício parlamentar, como a consultoria de advogados e especialistas em outras áreas. Os gastos com consultoria da bancada do DF ficaram em R$ 285,2 mil no primeiro semestre. Izalci, do PSDB, ficou em primeiro: desembolsou R$ 104,2 mil, e a maioria desses recursos foi destinada ao escritório Barbosa Carneiro Advogados Associados. Augusto Carvalho gastou R$ 82,5 mil com consultoria ; recursos integralmente repassados ao escritório Todde Advogados e Consultores Associados.
A reportagem procurou os dois parlamentares do DF que mais gastaram recursos da cota. Em nota, o deputado Alberto Fraga argumentou que, durante as votações do impeachment, ;ele realizou várias mobilizações e produziu uma quantidade maior de material para ajudar nas ações;. O parlamentar alegou que apresentou mais de 60 projetos de lei em 2016, e usou o dinheiro para prestar contas e divulgar as ações aos eleitores. Por meio da assessoria, o deputado Laerte Bessa informou que ;é um parlamentar atuante no Distrito Federal e que os gastos referentes ao primeiro semestre foram para prestar contas aos eleitores de sua atividade;. Ele frisou que a quantia está dentro do limite legal permitido.