Jornal Correio Braziliense

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Brasilienses têm dificuldade em conseguir vacina hexavalente no DF

Existem clínicas que montam grupos em redes sociais. Especialista afirma que escassez é um problema mundial



O desabastecimento da vacina hexavalente na rede particular tem provocado uma corrida às clínicas e inflacionado os preços no Distrito Federal. Levantamento feito pelo Correio revela que uma dose pode custar entre R$ 290 e R$ 630, diferença de 117%. No primeiro semestre de vida, o bebê toma três doses, sendo a primeira aos 2 meses, e depois, aos 4 e 6 meses. Não basta ter dinheiro para garantir a vacinação. É preciso uma combinação de fatores: dar a sorte de encontrar o produto no período em que a criança precisa ser imunizada; ter disposição de correr para o primeiro laboratório onde o estoque foi reabastecido; e vencer longas filas. A meningocócica B também está em falta.

A demanda é tão grande que uma clínica da cidade montou um grupo de WhatsApp com as mães interessadas. Assim que as doses chegam, elas são avisadas. Nem isso é garantia de conseguir o produto. Como são poucas, quem aparecer primeiro leva. A bancária Tábata Júlio Ferreira, 29 anos, enfrenta a saga das vacinas desde janeiro, quando nasceu Alice. Ao ser orientada pela pediatra que algumas vacinas da rede particular dão menos reações nos bebês e protegem contra uma variedade maior de vírus, já foi avisada sobre a escassez.

Ela ligou em sete estabelecimentos, entre clínicas e laboratórios. ;Em janeiro, duas amigas pagaram R$ 290 pela hexa, mas tiveram que sair correndo de casa com bebê novinho para ficar na fila. Não conseguimos comprar a de 2 meses e recorremos à rede pública. A Alice teve muita reação, com vômito, dois dias de febre alta e corpo mole;, conta. Depois da experiência, ela passou dois meses procurando a próxima dose e não conseguiu. Conhecidas dela chegaram a comprar a hexa por R$ 450, em Goiânia.

O auge da indignação da bancária ocorreu há duas semanas. Ela conseguiu comprar a vacina por R$ 630. Um dia depois, uma colega adquiriu a mesma por R$ 290. ;O aumento e a diferença de preços são totalmente injustificáveis. Percebi que as mães ficam à mercê das clínicas, que cobram o preço que querem. Também não têm respeito nenhum pelas mães, que ficam horas na fila com crianças pequenas;, dispara Tábata. ;Quando questiono o aumento de R$ 290 para R$ 630, nenhuma clínica responde;, critica. A meningocócica B é outra vacina em falta na rede privada. Em uma das clínicas, a lista de espera iniciada no ano passado possui 400 pessoas que aguardam a chegada do insumo, com o preço médio de R$ 500.

Em uma das clínicas consultadas pelo Correio, na Asa Sul, a enfermeira Kellen Lopes explica que os pedidos da empresa não são atendidos em sua totalidade. ;Nós queremos vender, mas o laboratório não tem tantas doses. A meningo B está em falta desde o ano passado;, diz. Lá, a hexavalente custa R$ 500 e a meningo, R$ 750. Informada sobre a diferença de preços da hexa, Kellen afirmou que os valores não são reajustados desde o ano passado.

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