A estudante Luiza Calvette, representante do CA de Ciência Política e vice-presidente regional da União Nacional dos Estudantes (UNE), aponta que a universidade deve ser um espaço de todos e que não pode tolerar nenhum tipo de preconceito ou discurso de ódio, qualquer que seja a ideologia. ;A UnB é um espaço de reflexão e debate em relação ao nosso país. Nós vimos naquela noite um discurso contra a nova universidade, contra as cotas, com palavras homofóbicas. Nós, dos centros acadêmicos, vemos isso de maneira muito preocupante. Então, organizamos esse ato para amanhã porque achamos que não é razoável deixarmos passar em branco;, declara a estudante.
Denúncia
O ato que resultou em agressões verbais na UnB virou alvo de denúncia no Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). A ação protocolada responsabiliza a ativista conhecida como Kelly Bolsonaro. O autor do documento, o relações públicas George Marques, 26 anos, defende que o grupo incitou o terror no espaço acadêmico. ;A universidade não é um espaço para a violência. Todos têm o direito de se manifestar; o problema é quando se cria ares de terror. A Justiça tem que ser convocada para ter uma resposta desse grupo;, ressaltou.
Em entrevista ao Correio, a ativista afirmou que não era uma das organizadoras do protesto. ;Não havia um líder. O movimento veio a partir da união de pessoas, incluindo também alunos da instituição. Não posso ser imputada como organizadora, uma vez que não exerci essa função;, afirma Kelly. Ela reconhece que houve excesso por parte de alguns integrantes, mas que não é responsável por incitar violência. ;Em nenhum dos vídeos, em nenhum momento, eu apareço ofendendo alguém;, defendeu. Sobre a representação no MP, a ativista preferiu não comentar sobre o assunto.