No Distrito Federal, um em cada cinco jovens mortos em acidentes de trânsito está alcoolizado. Na próxima semana, a tolerância zero à mistura álcool e volante completa oito anos e nem mesmo os recém-habilitados parecem ter consciência dos riscos de assumir a direção embriagados. E com isso, engrossam a parcela da sociedade que morre e mata ao volante. Nos dois últimos anos, das 757 vítimas do asfalto, 125 tinham entre 18 e 24 anos ; são condutores, passageiros e pedestres. Do total, 22 apresentavam alguma quantidade de bebida no organismo.
Os números reais, no entanto, são muito maiores. Falta incluir na conta aqueles que morreram 30 dias ou mais após o acidente. E as vítimas não alcoolizadas de jovens motoristas, que, bêbados ao volante, tiraram a vida de gente como o comerciante Victor Anderson Pereira dos Santos, 23 anos. Ele morreu em 21 de maio, após ser atropelado no Eixo Monumental. Também não estão contabilizados os sobreviventes, como a ciclista atropelada na ciclofaixa do Lago Sul há oito dias.
De 20 de junho de 2008, quando a lei entrou em vigor, até hoje, a legislação foi aperfeiçoada para tornar mais rigorosa a punição para quem insiste em dirigir sob o efeito de álcool. Desde que passou a vigorar, o número de mortos, em geral, sofreu queda de 10,6%. No primeiro ano de vigência da proibição de dirigir nessa situação ; de 20 de junho de 2008 a 19 de junho de 2009 ;, 422 pessoas morreram. No último ano, foram 377 casos, considerando os registros de 20 de junho de 2014 a 19 de junho de 2015. Além disso, a quantidade de multas e de presos pelo crime só cresce.
A falta de pesquisas sobre as causas das tragédias não permite às autoridades de trânsito atribuir a queda das fatalidades ao combate à alcoolemia ao volante ou a qualquer outro fator. Mas é inegável que a proibição e o arrocho na fiscalização, aliados a um maior rigor na punição, tiveram um mérito: mesmo discordando da lei, a sociedade já não acha normal beber e pegar o carro em seguida.
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