A Paróquia Nossa Senhora da Medalha Milagrosa, no Riacho Fundo 2, tem capacidade para receber 700 fiéis. No entanto, nos últimos dois anos, o movimento aumentou. ;Chegam mais de mil pessoas para a missa de domingo. Muita gente acompanha a celebração do lado de fora. Para gente é até bom, não temos do que reclamar;, diz o pároco da igreja matriz, Paulo José de Araújo. Segundo o padre, a procura cresceu além da conta desde que começaram a serem entregues os apartamentos do Residencial Parque do Riacho, às margens da DF-001. Até os mutirões de confissão precisam de reforço de padres para dar conta da procura.
No total, são 42 condomínios com 5.904 unidades habitacionais inaugurados a partir de fevereiro de 2014. Nos imóveis de dois e de três quartos ; com 48 metros quadrados e 56 metros quadrados, respectivamente ; moram cerca de 19 mil pessoas com renda mensal de R$ 1,6 mil a R$ 3,2 mil. A maioria migrou de outras cidades do Distrito Federal, como Gama, Taguatinga e Ceilândia. O empreendimento faz parte do Morar Bem, programa do Executivo local vinculado ao Minha Casa Minha Vida, do governo federal (leia Para saber mais). As últimas chaves foram entregues em fevereiro deste ano.
O impacto dos novos moradores sobrecarrega os serviços básicos de saúde, segurança, transporte e educação da região, principalmente no Riacho Fundo 2. ;Na última reunião que a administração fez com os líderes comunitários, o administrador falou que a população do Riacho Fundo 2, que é de 65 mil pessoas, vai chegar a 85 mil no fim do ano. O pessoal está satisfeito com as moradias. O problema é que não aumentaram uma sala de aula, uma linha de ônibus, nem o atendimento no posto de saúde. A gente percebe que a população ficou chupando dedo;, resume o pároco.
O Riacho Fundo 2 conta com apenas um posto de saúde e cinco unidades da família. Quem precisa de tratamento especializado precisa tentar uma consulta em hospitais de outras localidades. ;No mês passado, uma moça caiu da escada e machucou o braço. A gente teve de ir lá ao hospital do Gama para ela conseguir ser atendida. Não é assim, chegar e jogar a gente aqui de qualquer jeito;, reclama o vigilante Jorge Emanuel Dantas, 33 anos, morador do Parque Riacho.
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