Ocupantes do Torre Palace Hotel atearam fogo no topo do prédio em protesto contra a demolição do local. Eles programaram uma manifestação no momento da passagem da tocha olímpica em frente ao prédio, no Eixo Monumental, mas decidiram apelar para o incêndio quando souberam que o símbolo das Olimpíadas não passaria pela região nas mãos de um corredor, e sim de helicóptero. Os manifestantes estão acompanhados de várias crianças batendo panelas e baldes.
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Pelo menos 200 famílias, elém de usuários de drogas moram no local, de acordo com informações da Polícia Militar. Estão no local integrantes do Corpo de Bombeiros com três caminhões da corporação e homens da Polícia Militar. Além das chamas, invasores também colocaram faixas no edifício com dizeres pedindo para o governador Rodrigo Rollemberg. ;Não seja covarde. Demolir o prédio com famílias dentro é maldade;, diz um dos cartazes.
Integrantes do Movimento de Resistência Popular (MRP) e da Frente Nacional de Luta (FNL) participaram da ação com os invasores.
Os ocupantes também jogam pedras e objetos das janelas do local no intuito de chamar a atenção e gritam pedindo moradias ao GDF. Há muitos pneus móveis embarraricando os caminhos nas escadas do edifício. "Por causa das Olimpíadas, perdi minha moradia", gritava um dos grupos presentes. As vias de acesso ao prédio no Setor Hoteleiro Norte (SHN) estão fechados. Três faixas do Eixo Monumental chegaram a ficarem fechadas.
Batalha jurídica
Em um dos últimos episódios judiciais sobre o imbróglio do edifício, a juíza Mara Silda Nunes de Almeida, da 8; Vara de Fazenda Pública do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) deu 20 dias para que os proprietários do Torre Palace Hotel esvaziem o edifício.
O local avaliado em R$ 25 milhões, no centro do Plano Piloto, próximo à Torre de TV, é visto como ponto de drogas e reduto de sem-teto. A medida passou a valer em 22 de março. Em caráter liminar, a magistrada deferiu ação protocolada em 17 de março pela Procuradoria-Geral do Distrito Federal (PGDF), por ordem do governador Rodrigo Rollemberg, contra a empresa Torre Incorporações e Empreendimento Imobiliário Ltda., dona do hotel.
Com informações de Carolina Gama.