Jornal Correio Braziliense

Cidades

Os 60 anos do início de uma epopeia: a transferência da capital para o DF

Juscelino Kubitschek assinou o documento da transferência da capital, em uma parada forçada no interior de Goiás, em abril de 1956. Seis meses depois, fez a primeira visita ao lugar onde seria construída a nova capital. No mesmo mês, começou a empreitada



Madrugada de 18 de abril de 1956. Chove forte. O avião que leva a comitiva presidencial é obrigado a fazer um pouso de emergência. A viagem do Rio de Janeiro a Goiânia é interrompida perto do destino final. A aeronave desce em uma pista de terra, em Anápolis. A natureza muda o plano de voo, mas não o maior projeto de Juscelino Kubitschek. O casal responsável por tomar conta do modesto aeroporto serve uma refeição aos visitantes e, após comer, o presidente recém-empossado decide, ali mesmo, assinar o documento pedindo ao Congresso Nacional a mudança da capital para o Centro-Oeste. Cria a Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) para executar a ordem de serviço de construção da cidade. Nasce Brasília.

A nova capital só não começou a sair do papel mais rápido devido à burocracia. O documento assinado por JK, 60 anos atrás, passou cinco meses tramitando no Congresso. Mas, após a Lei n; 2.874 ser votada, aprovada e sancionada, em 19 de setembro de 1956, o quadrilátero onde está o Distrito Federal nunca mais foi o mesmo. Juscelino fez a primeira visita ao sítio da nova capital em 2 de outubro. A partir de então, as máquinas e os candangos tomaram conta do cerrado, em um ritmo alucinante, de dar vergonha aos responsáveis pelas obras da Copa do Mundo e das Olimpíadas no Brasil. Entre 1956 e 1960, Brasília não parou. Os sons dos motores e do prego e martelo eram ouvidos de dia e de noite, sob sol ou chuva. A primeira obra foi erguida no fim da seca.

A pista onde desceu o avião de JK e a comitiva, em 2 de outubro de 1956, havia sido aberta um ano antes para receber o então presidente Café Filho. Em abril de 1955, uma equipe comandada pelo engenheiro carioca Bernardo Sayão abriu uma pista de pouso e um rancho para passageiros. Então vice-governador de Goiás, Sayão contou com a ajuda de 200 homens e um comboio de tratores e caminhões. Ele à frente, guiando um jipe, e trazendo a caravana que abriria o campo de pouso. A obra recebeu o nome de aeroporto Vera Cruz. Ela ficava onde hoje é a Rodoferroviária.

A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique