A um dia do início da análise do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff no plenário da Câmara dos Deputados, a divisória instalada na Esplanada dos Ministérios para separar movimentos pró e contra o governo também cinde opiniões. A barreira de 80 metros de extensão, que vai da Catedral Metropolitana de Brasília ao Congresso Nacional, começou a ser instalada no sábado por detentos do sistema prisional.
De acordo com o GDF, as grades tornaram-se a maneira mais adequada para garantir a segurança dos manifestantes, sem impedir os atos durante o fim de semana. Elas serão retiradas na segunda-feira, um dia depois da votação, que deve ser concluída entre as 20h e as 21h no domingo. O governador Rodrigo Rollemberg (PSB) recebeu ligações do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e visita de parlamentares pró-impeachment solicitando que a área fosse estendida até o gramado em frente ao Congresso. Mas, por questões de segurança, o pedido foi negado e os manifestantes só poderão chegar até a Alameda dos Estados (Leia entrevista abaixo).
Desde domingo, os dois grupos têm feito pequenos atos. No fim da tarde de ontem, cerca de 2 mil pessoas, de acordo com organizadores (500, segundo a Polícia Militar), ligadas a Central Única dos Trabalhadores (CUT), Movimento Sem Terra (MST) e União Nacional dos Estudantes (UNE), estiveram no local protestando contra o processo.
O bloqueio está longe de ser um consenso para quem passa todos os dias pelo local. ;Eu acho que até o pessoal que vem para cá se sente constrangido com uma situação dessa. É uma democracia ou não é? Em uma democracia, todo mundo deve discutir junto, conversar junto e resolver junto. Não dividir;, reflete o servidor público Jairo José Gonçalves, 52 anos, que teve que dar uma volta na estrutura para atravessar a Esplanada. Apesar de ter caminhado um pouco mais para atravessar o canteiro central, o bancário José Carlos de Oliveira, 36, avaliou que a barreira é a melhor saída. ;Eu entendo que ela é necessária, dado o contexto das manifestações. As pessoas têm se portado de forma bastante agressiva nas duas partes;, apoiou.
Ao mesmo tempo em que observa os riscos da manifestação, o integrante do movimento Urbanistas por Brasília Cristiano de Sousa Nascimento avaliou a inércia do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em relação ao caso. ;É algo inédito e existe um desconforto em relação à interferência na atuação do Iphan, que foi muito incisivo em relação a mandar tirar o pato inflável, mas não se manifestou em relação ao caso da Esplanada;, explicou. Segundo o arquiteto, nenhuma medida foi considerada pelo movimento, uma vez que se reconhece a interferência momentânea.
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