No próximo fim de semana, o plenário da Câmara dos Deputados encerra a votação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, conforme previsão do mandatário da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Até lá, quem trabalha ou mora na região central de Brasília terá que se adaptar a uma nova rotina. Uma barreira de 80m de extensão, que vai da Catedral ao Congresso Nacional, divide o gramado central da Esplanada dos Ministérios. A movimentação de policiais e manifestantes desde segunda-feira já pode ser vista ; e vivida ; por trabalhadores do local.
A cerca atrapalha o dia a dia. Antonio Frederico de Oliveira, 56 anos, entrega panfletos na região há 14 anos e se surpreendeu com o bloqueio. ;Eu atravesso aqui todos os dias para poder passar para o outro lado e nunca tinha visto uma coisa dessas. Hoje, eu tive que pular essa cerca porque eles não deixaram nenhuma brecha para a gente passar;, criticou.
O trânsito já foi alterado. Ao longo de todo o meio-fio, cones impedem que veículos estacionem na faixa da esquerda ; oficialmente proibido, mas utilizado por quem trabalha no local. ;Aqui, tem pouca vaga e fica mais complicado ainda de estacionar. Já virou rotina essas manifestações aqui;, comenta o servidor público Amaral Vieira, 51. Funcionário do Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT), quarto prédio após a Catedral, ele costuma parar o carro bem longe de onde trabalha. ;Eu chego aqui às 11h e quase nunca consigo parar. Geralmente, eu estaciono lá no Conjunto Nacional e desço a pé. Agora, está pior.;
A partir de meia-noite de quinta-feira, o fluxo de veículos será interditado em toda a Esplanada. A área liberada para os manifestantes só vai até a Alameda dos Estados, onde ficam as bandeiras. A Praça dos Três Poderes, o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF), o Palácio do Planalto, o Itamaraty e o Ministério da Justiça estarão isolados.
Assim, o roteiro turístico da cidade também sofre. A visitação ao Congresso Nacional está suspensa desde sábado e só será retomada na segunda-feira. Rosângela Andrade, 53, veio a Brasília com um grupo participar de um encontro religioso e ontem aproveitou o dia para conhecer melhor a capital. No entanto, as restrições de acesso a alguns pontos frustraram os planos da gaúcha, que mora há 25 anos no Uruguai. ;Esta é a segunda vez que eu venho a Brasília e não vou conhecer o Congresso Nacional. Em agosto do ano passado, nós estivemos aqui, mas as manifestações impediram as visitas;, lamentou. As visitas ao Palácio Itamaraty e da Justiça também foram suspensas.
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