Um mineiro que dedicou 36 anos ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) não poderia ter uma homenagem mais justa. Atual presidente do órgão, o desembargador Getúlio de Moraes de Oliveira, 65 anos, recebeu o título de Cidadão Honorário de Brasília, em cerimônia no plenário da Câmara Legislativa (CLDF), sem esconder a felicidade. ;Eu sempre me considerei filho de fato. Agora, recebendo o título, me considero filho de fato e de direito. Brasília é o local onde realizei todos os meus sonhos profissionais. Para mim e para a minha família, foi formidável ter vindo morar aqui e contribuir com o progresso dessa linda cidade;, declarou.
O desembargador Getúlio encontrou com a reportagem do Correio em seu gabinete uma hora antes de receber o diploma. A sala fica no prédio conhecido como Palacinho ; edifício anexo ao Palácio de Justiça do TJDFT que ele restaurou durante a gestão. ;Quando assumi a presidência, o prédio estava interditado. Achei necessário fazer uma revitalização. Também inaugurei três unidades judiciárias no DF ; cada uma delas equivale a uma comarca do interior, por exemplo ;, e logo virá a quarta. Empossei centenas de servidores, dezenas de juízes e instituí o processo judicial eletrônico;, enumerou, em uma prestação de contas informal para a população.
Durante a entrevista, enquanto tomava uma xícara de café ; ato que repetiu na posse de Cidadão Honorário, como um bom mineiro ;, o magistrado demonstrou extremo apreço pela homenagem que se seguiria. ;Eu não me considero credor de tanta honraria. Mas, na avaliação que foi feita em minha pessoa, nesses 36 anos de trabalho no Tribunal, consideraram que eu devia receber o título. Fiquei muito agradecido, como qualquer pessoa prestes a receber reconhecimento de tal magnitude ficaria;, afirmou.
Nascido em 19 de abril de 1951, em Monte Carmelo, interior Minas Gerais, o magistrado estudou direito em Uberaba (MG), formou-se naquela cidade e advogou lá por dois anos ; o período mínimo necessário para que um profissional ingresse na magistratura. Tão logo cumpriu o prazo, candidatou-se a uma vaga de juiz de direito no oitavo concurso público do TJDFT. Passou e veio para a capital federal. ;Isso era 1979. Ingressei na profissão um ano depois. Então, me tornei juiz em 1980. Ascendi para desembargador depois de seis anos. Fui corregedor de Justiça, vice-presidente corregedor do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e, durante os dois últimos anos, atuei como presidente do TJ;, relembrou.
Presenças
Na mesa de honra da cerimônia, na Câmara Legislativa, o sempre reservado desembargador Getúlio estava acompanhado do governador, Rodrigo Rollemberg (PSB); da presidente da Casa, Celina Leão; da vice, Liliane Roriz; do procurador-geral de Justiça do DF, Leonardo Bessa; do ex-deputado Washington Mesquita (PTB); e do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil do DF, Juliano Couto. Durante o discurso, Celina Leão informou ter adiado o aniversário do filho, Pedro, que comemorou 11 anos ontem, para comparecer à homenagem. ;Será minha terceira entrega de título de Cidadão Honorário. Sem dúvida, esta é especial por se tratar de personalidade tão importante para a capital;, disse.
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