O skatista Hugo César, 30 anos, tem guardado um pedaço de concreto de 30cm;, retirado dos escombros da pista de skate da Praça do DI, demolida em agosto de 2014. Durante 16 anos, ele e os amigos frequentaram o local ; uma referência da cultura jovem de Taguatinga. Um ano antes da demolição, a administração da cidade havia liberado recursos para revitalizar o espaço. ;A comunidade ficou em cima até que conseguiu a verba com o administrador da época. Teve um empenho de R$ 300 mil na obra da pista e ela ficou um ano. Nesse tempo, o dinheiro foi para o chão;, lamenta.
Na época, a Administração Regional de Taguatinga argumentou que moradores da região reclamavam que a praça funcionava como um ponto para usuários de drogas e moradores de rua e que, por esse motivo, a pista seria demolida. ;Esse foi o argumento deles, mas não é a realidade. A praça continua mal povoada, continua suja e a droga continua rolando solta. A Praça do Relógio não tem pista e é um ponto de prostituição e droga. E aí? Vão destruir a praça?;, questiona César.
O auxiliar administrativo Paulo Brígido, 32, trabalha na Praça do DI há mais de dois anos e afirma que o fim da pista não aumentou a sensação de segurança. ;Pode observar: as pessoas têm medo de passar por ali. Se uma pessoa precisa atravessar a praça, ela prefere dar a volta pelo comércio por causa dos drogados;, aponta.
Desde a derrubada, Taguatinga não tem locais apropriados para a prática do esporte. A promessa era que uma nova área seria construída no Taguaparque, mas nada foi feito. No Taguaparque, uma pista inacabada é utilizada pelos skatistas, mas as más condições do piso e dos obstáculos afastam os esportistas. ;Como não tem outra opção, acaba que a gente vem andar aqui ou se desloca para outra cidade;, conta o skatista Clayton Prudêncio, 33. Prudêncio tem uma loja que vende produtos específicos para adeptos da modalidade e organizou um evento, em fevereiro do ano passado, para reformar o local. Foram arrecadados e investidos R$ 7 mil. ;Por mais que a gente tenha colocado alguns obstáculos para auxiliar nas manobras, o piso tem que ser trocado completamente. E o outro lado da pista precisa ser completado. A outra opção é construir uma nova pista;, avalia.
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