Tudo seria resolvido, então, ;por interesses particulares;. Em análise feita durante a auditoria, constatou-se, em um montante de 90 professores, que apenas 11,1% (10 pessoas) deles tinham montado uma carga horária de regência de classe ;tolerável ou eficiente;. Em 2015, o número melhorou, mas não passou de 50% (45) ; ou seja, metade continuou a ter uma elevada quantidade de horas sobrando ou destinadas a atividades que não as de sala de aula. O prejuízo para os cofres públicos decorrentes da má distribuição de horas resultaria em R$ 493.152,53, somente no período analisado. Diversos protestos de alunos e professores contra a atual direção, à frente da escola desde 2014, foram feitos nos últimos anos. Os argumentos são de gestão autoritária, estrutura sucateada, falta de recursos, entre outros.
Evasão
O funcionário público Bruno Daniel Mazeto, 35 anos, estuda violão erudito há seis semestres e, desde sempre, sentiu ;falta de comprometimento. Tanto dos alunos, quanto dos professores;. ;É gente que falta sem avisar, falta de informação na secretaria, muita coisa fora de ordem;, complementou. Ainda assim, Bruno elogia as aulas e os professores. ;O nosso incentivo é ver que tem muita gente boa aqui, disposta a ensinar e a aprender. Mas, nessa bagunça, nós ficamos prejudicados;.
Questionado, o diretor da Escola de Música, Ayrton Pisco, diz que ;há necessidade de aperfeiçoamentos institucionais dentro da escola, e trabalhamos para que sejam atendidos de forma democrática e pacífica com as comunidades interna e externa;. Ele afirma ser preciso maior controle, pois poucos alunos se formam ; são 2,2 mil alunos, mas, a cada ano, menos de 10 concluem os estudos. ;Temos alunos com idade entre 8 e 80 anos. Profissionais liberais, militares, jornalistas, aposentados, crianças, em aulas não obrigatórias. O nível de evasão, portanto, é gigantesco;, justificou. Em nota, a Secretaria de Educação afirmou que foi oficiada da decisão do TCDF ontem, e que vai ;preparar o documento e encaminhar dentro do prazo proposto, 90 dias, para o órgão de controle;.
Memória
Memória
Fevereiro de 2016
Alunos e professores da Escola de Música protestaram contra a reorganização da grade curricular proposta pelo diretor da instituição. Na ocasião, Ayrton Pisco, responsável pela tentativa de reformulação do calendário, lembrou que a EMB funcionou sem controle até 2012, quando passou a ser subordinada à Coordenação Regional de Ensino do Plano Piloto e Cruzeiro, quando o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e o Tribunal de Contas do DF (TCDF) iniciaram investigações na unidade de ensino. As alterações não prosperaram.
Outubro de 2015
Um abaixo-assinado em que se pedia a reestruturação da escola, a compra de novos instrumentos musicais, a recuperação dos já utilizados na instituição, além de mais recursos para a escola, foi enviado para o governador Rodrigo Rollemberg (PSB). À época, ressaltou-se o ;temor de a única escola pública de música em Brasília ser fechada por conta do abandono;. O impasse chegou à Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados, onde Pisco foi questionado por servidores.
Abril de 2015
Cerca de 50 pessoas protestaram em frente ao Palácio do Buriti para pedir a saída de Ayrton Pisco. Eles reclamaram de arbitrariedades na gestão. O diretor foi acusado de mudar horários e professores por conta própria. Convocou-se uma assembleia para destituí-lo, mas Pisco conseguiu uma liminar na Justiça anulando a decisão ; ele está no cargo desde 2014.