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Com ajuda de cientistas, Rede Sarah apoiará também vítimas de AVC

O exemplo da Rede Sarah para a medicina de reabilitação é conhecido em todo o Brasil. As lições, contudo, não ficam restritas às oito capitais do país que têm uma unidade do hospital. Ontem, um grupo de 11 profissionais holandeses esteve com a presidente da rede, Lúcia Willadino Braga, para um intercâmbio de experiências que vão ser determinantes para a criação da plataforma Fast@Home, que pretende facilitar a recuperação em casa de pacientes que sofreram acidente vascular cerebral. ;É uma troca, sempre. O interessante é que eles (holandeses) começaram a usar modelos criados aqui, como o do envolvimento da família no processo de reabilitação;, explica Lúcia.

Arend de Kloet, psicólogo do Sophia Revalidatie (centro de reabilitação) e professor-associado na Universidade de Haia, explica que, há dois anos, foi assinado um acordo de colaboração entre a instituição de ensino e a Rede Sarah. Agora, em 2016, esse compromisso começa a tomar forma. ;Hoje, começamos a primeira pesquisa em um projeto no qual o Sarah é nosso parceiro. Estamos conversando com um grupo de pacientes que sofreram AVC, que vão nos ajudar desenvolver a plataforma em diversos níveis;, explica Kloet, que é líder do projeto. O projeto deve ser implantado em 2017, inicialmente na Holanda.

Jorit Meesters, coordenador de pesquisas do Sophia Revalidatie e do Fast@Home, explica que, no Brasil, os diálogos com os pacientes vão girar em aspectos como o acesso à internet e aos smartphones, além do que eles podem e gostam de fazer com esses aparelhos. Dessa forma, não ficarão restritos à realidade holandesa, o que vai ajudar com que o programa possa ser espalhado pelo mundo. ;Queremos montar uma plataforma que vai trazer diversos aplicativos e jogos para reabilitação dos pacientes que tiveram AVC. Já existem vários, mas eles estão espalhados. O que queremos é unir esse conhecimento.; Segundo Meesters, isso só pode acontecer se os pacientes, suas famílias e os profissionais forem ouvidos. ;Já fazemos isso na Holanda e vamos fazer no Brasil. Queremos implementá-la no Sarah.;

Kloet garante que a permuta não se limitará a esse momento; afinal, o Sarah é uma inspiração para o trabalho desenvolvido nos Países Baixos, onde também é referência. ;Estamos aqui há um dia e meio e já tivemos diversos momentos de entusiasmo. Por exemplo, a filosofia do Sarah nos interessa muito, e é muito parecida com a que temos na Holanda. E queremos aprender como poderemos adaptá-la à nossa cultura.; Ele conheceu o projeto brasileiro por meio das diversas palestras ao redor do mundo feitas por Lúcia Willadino. A equipe europeia visitou as duas unidades brasilienses e hoje segue para o Rio de Janeiro.

A presidente da Rede Sarah afirma que a busca por conhecimento não fica restrita à filosofia e que os dois países têm muito a ganhar com esse momento colaborativo. ;Baseado nos artigos que escrevi sobre a importância da participação da família, eles demonstraram interesse em implantar na Holanda. Todos nós temos muita experiência clínica, além de conhecimento em pesquisas. E, ao compartilhamos esse projeto, podemos construir algo novo, juntos;, resume.

Questionada sobre o que achou da experiência brasileira, a médica Maud Wuisman, que também trabalha no Sophia Revalidatie, foi direta: ;É impressionante!” Ela diz que, diferentemente do que ocorre na Holanda, no Sarah, todos os setores de reabilitação estão integrados, e isso é algo que, além de facilitar o trabalho, permite que os pacientes possam ficar ainda mais próximos dos seus familiares, ajudando no processo de reabilitação. ;Isso ficou marcado. Todos trabalham como um time e estão orgulhosos de estarem aqui, de trabalharem aqui.;

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