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Preço do combustível volta a subir e pega motorista de surpresa

O motorista brasiliense teve uma surpresa ontem: o preço da gasolina amanheceu, em média, R$ 0,02 mais caro. Reajuste ocorre pouco depois de uma megaoperação contra o cartel no DF. Promotoria de Defesa do Consumidor analisará o aumento



Menos de 48 horas depois de a Superintendência-geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) escolher o interventor da Rede Cascol ; maior companhia do mercado de Brasília, dona de quase 30% dos postos ;, os preços do combustível voltaram a subir no Distrito Federal (DF). Até a última sexta-feira, o valor do litro da gasolina comum estava em R$ 3,88. O motorista que precisou abastecer no fim de semana, porém, encontrou as bombas com o reajuste de R$ 0,02. A promotoria de Defesa do Consumidor do Ministério Público do DF e Territórios afirmou que analisará o aumento. Há aproximadamente dois meses, o MPDFT assinou Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com a Cascol, no qual limitava o lucro em 15,87%, de acordo com o preço de compra do produto.

[SAIBAMAIS]Wladimir Eustáquio Costa foi escolhido no último dia 17 como o administrador provisório para a execução da medida preventiva contra a Rede Cascol. Ele foi diretor regional da Chevron Texaco em várias cidades brasileiras e também atuou como diretor de marketing da empresa. Wladimir e a Cascol terão que apresentar ao Cade uma minuta de contrato, que será assinado em 12 de abril. O administrador vai comandar os postos da Cascol durante um prazo de 180 dias. Segundo o Cade, há indícios de que a Cascol comanda um cartel no mercado de combustíveis do DF (leia Entenda o caso). No entanto, o aumento foi verificado em postos que não são da rede. A reportagem percorreu o Plano Piloto e constatou a diferença de preço em pelo menos 24 estabelecimentos.

Ontem, o consumidor encontrou a gasolina comum por até R$ 3,90, com pouca variação de preço. O campeão na diferença de valores é o diesel, com litro disponível entre R$ 2,95 e R$ 3,49 (veja quadro). O morador de Santa Maria José Santana, 40 anos, trabalha para um escritório de advocacia em Brasília e usa o carro para os deslocamentos diários, o que resulta em um peso nas finanças: mensalmente, ele desembolsa cerca de R$ 500 apenas com gasolina. ;Depois da polêmica com os postos, esperava que o valor diminuísse, o que não aconteceu de maneira nenhuma;, diz, referindo-se à operação da Polícia Federal contra o cartel dos combustíveis no DF e Entorno, em novembro do ano passado. ;Cheguei a comprar por dois ou três centavos mais barato, mas isso durou pouco. Os preços logo voltaram a subir ; e muito. É um absurdo;, reclama.

José Marcelino, 56, é motorista particular e gasta, semanalmente, R$ 150 com gasolina. Ele costuma abastecer sempre no mesmo posto, na Asa Sul, do qual conta que é cliente fiel por conta dos preços, segundo ele, mais baixos que em outros da vizinhança. ;No fim do ano passado, tive expectativa de que os preços melhorassem, mas, mesmo quando houve diminuição, foi muito pequena. Só abasteço no mesmo lugar, onde, por sinal, o valor abaixou esta semana. Eu pagava R$ 3,86 e, agora, o preço está um centavo menor.;

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