Um grupo de parentes e amigos da estudante Jane Cunha Pereira Alves, 21 anos, se reuniu na tarde deste sábado (19/3) na Quadra 507 de Samambaia, para pedir paz e uma Justiça mais célere nos casos de violência contra a mulher. Jane foi morta a tiros pelo ex-namorado no dia 12 de março. Jhonatan Pereira Alves, 23, se matou logo em seguida.
O pai de Jane, Olessio da Cruz, participou do protesto, que deu a volta no quarteirão cantando em coro músicas religiosas e pedindo paz. Ele diz que as mulheres vítimas da violência doméstica precisam ter o respaldo das forças de segurança, para evitar que tragédias, como a que atingiu sua filha, não voltem a ocorrer. "Espero que esse caso sirva de alerta a polícia. Eu desejo que nenhum pai passe pelo o que eu estou passando agora. Isso não aconteceu só com a minha filha, acontece diariamente com várias mulheres".
Amiga de Jane, Juliana Caetano disse não acreditar que a medida protetiva funcione na prática. "Esse é mais um caso de feminicídio que vai ser esquecido", acredita. As pessoas presentes na manifestação soltaram cem balões brancos em frente à casa de Jane, plantaram uma muda de ipê amarelo - em alusão a cor preferida da estudante - a pouco metros do local e afixaram cartazes com mensagens carinhosas em homenagem a vítima.
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A muda foi doada pelos vizinhos da jovem, o casal Francisco Lacerda e Fátima Gomes. "Esse ipê significa paz, crescimento e eternidade. A mulher está sendo muito maltratada no mundo inteiro . A Justiça tem que começar a enxegar o lado da mulher. Ninguém é dono de ninguém", disse Francisco.
Jane Cunha Pereira Alves foi morta um dia depois do assassinato de Louise Maria da Silva Ribeiro, 20, na Universidade de Brasília (UnB).
Jane também teve a vida interrompida por não querer reatar a união com Jhonatan Pereira Alves, 23. Os dois moraram juntos por seis anos, mas estavam separados havia aproximadamente um mês por conta da agressividade do ex-companheiro.
Pouco antes da separação, Jane registrou um boletim de ocorrência contra Jhonatan por agressão, na Delegacia Especial de Atendimento a Mulher (Deam).
Uma medida protetiva foi expedida, mas não foi suficiente. No dia 12, por volta das 11h, Jhonatan foi até a casa da ex-mulher, armado, para tentar uma reaproximação. Com a negativa, ele atirou contra a vítima e, em seguida, se matou. Um primo de 12 anos de Jane presenciou a cena e chamou a polícia. O crime ocorreu na Quadra 507 de Samambaia.
[SAIBAMAIS]