Jornal Correio Braziliense

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Câmpus da UnB está sempre às escuras e estudantes vivem com medo

Um dos graves problemas da universidade é a iluminação, segundo o prefeito do local. Alunos vivem acuados e se queixam do descaso da administração da instituição no assunto

À noite, o breu toma conta do Câmpus Darcy Ribeiro da Universidade de Brasília (UnB), que conta com luzes e postes insuficientes para a extensão desde que foi fundado. Entre os poucos aparatos de iluminação, há muitos queimados ou desligados, não apenas em áreas externas, como estacionamentos, mas também dentro de prédios, a exemplo do Instituto Central de Ciências (ICC), em que alunos percebem muitas lâmpadas inativas. Há, inclusive, banheiros e centros acadêmicos que ficam totalmente no escuro durante o período noturno. Assunto voltou à tona depois do assassinato da estudante Louise Ribeiro.

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Consenso entre os universitários, a situação é reiterada pelo prefeito dos câmpus, Marco Aurélio Gonçalves de Oliveira: a luminosidade é o principal problema de segurança da UnB. ;A iluminação está estreitamente ligada a isso e é um item essencial que precisa ser melhorado.; Diante de um cenário complicado, com frequentes casos de furto, o estabelecimento de ensino começou a usar o aplicativo WhatsApp (9263-5760), por meio do qual alunos, professores e funcionários podem avisar sobre atos ou pessoas suspeitas e qualquer outra ocorrência à Coordenadoria de Proteção ao Patrimônio (CoPP).

;Lançamos o canal em 7 de março, no início do semestre letivo, e tem dado muito certo. Inclusive, recebemos informações sobre o desaparecimento da Louise. A plataforma será como os olhos da segurança quando não estivermos no local. Basta passar o maior número possível de detalhes que vamos enviar pessoal e chamar a Polícia Militar, os Bombeiros ou quem for necessário;, garante Josué Barbosa Guedes, responsável pela CoPP. Segundo ele, a comunidade acadêmica também pode ajudar no combate à violência na universidade prestando mais atenção ao ambiente. ;As pessoas ficam tão à vontade que se esquecem do perigo. Encontramos gente cochilando dentro dos carros, o que aumenta o risco até de sequestro relâmpago.;

Medo

Moradora de Taguatinga, Stéfany Braga Gonçalves, 20 anos, é aluna do curso noturno de letras/português e sente medo nos percursos que precisa fazer na universidade. ;No mesmo dia em que a Louise morreu, roubaram o carro de uma colega e o celular de outra;, relata a jovem. ;É preciso aumentar a vigilância, não com a PM, mas com um maior número de guardinhas. Deveriam iluminar mais a UnB e colocar luzes de emergência para quando a energia acabasse, porque sempre que chove, falta;, propõe Stéfany, que está no 6; semestre.

O estudante de letras Jessé Lima, 21, mora na Casa do Estudante Universitário (CEU) desde o ano passado e faz parte do público que mais sofre com as deficiências na iluminação da UnB: alunos que fazem aulas no período da noite. ;O percurso entre os prédios de sala de aula e a CEU é perigoso, tem poucos postes. Além disso, é uma área isolada e afastada, mas existem outros pontos em que a iluminação é precária, como o caminho entre o ICC Sul e o Restaurante Universitário;, descreve Jessé.

Estudante de arquivologia no período noturno, Letícia Farias, 19, também reclama da iluminação no câmpus. ;As alunas tentam sempre andar em grupo, mas é complicado porque têm horários e aulas em locais diferentes. De acordo com ela, os locais mais escuros são os trajetos entre a Biblioteca e o ICC Norte e Sul. A estudante de ciências sociais Ayla Viçosa, 21, desaprova a falta de postura da reitoria em relação à infraestrutura de segurança na UnB. ;Foi preciso acontecer um episódio lamentável como o da Louise para que (o reitor) Ivan Camargo assumisse o compromisso de aumentar a iluminação no câmpus.;
Denuncie

Qualquer pessoa pode avisar sobre casos suspeitos e outras ocorrências à segurança na UnB por meio do número 9263-5760.

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