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Familiares e amigos despediram-se de Jane Carla Fernandes Cunha na manhã de ontem. O velório e a missa, celebrados no Templo Ecumênico do Cemitério de Taguatinga, começaram às 9h e às 10h30, respectivamente. O sepultamento da jovem, que completaria 22 anos hoje, ocorreu às 11h. Jane foi assassinada pelo ex-companheiro, com quem viveu por seis anos, Jhonata Pereira Alves, 23. Os dois estavam separados há um mês e, alegando não aceitar o fim do relacionamento, Jhonata foi armado à casa de Jane, disparou contra a garota e, em seguida, se matou.
Familiares e amigos da faculdade e da igreja são unânimes em afirmar que Jane tinha personalidade doce e disciplina. ;Humilde, dedicada e esforçada;, nas palavras de Taiane dos Santos, 21, colega da turma de gestão pública. ;Na verdade, eu a conheci em 2010, no primeiro ano do ensino médio, e ficamos uns três anos sem contato. Foi um susto quando nos reencontramos na faculdade. Ela era maravilhosa;, lembra.
A amiga de faculdade aponta outra característica de Jane: a fidelidade ao catolicismo. ;Ela não falava muito sobre isso, mas dava para perceber que era muito religiosa;, conta Taiane. Além da família, da faculdade e da igreja, Jane era muito querida no escritório de advocacia onde trabalhava como secretária, segundo relata o chefe da jovem, Gustavo Melo, 35 anos. ;Foi um baque muito grande chegar ao escritório e não a encontrar. O telefone não para de tocar, muitos clientes estão ligando. Quem conhecia a Jane a adorava.; Na época em que ela sofreu intimidações por parte de Jhonata, o advogado sugeriu que a garota recorresse à Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam).
Outra colega, Grazielle Santos, 21, ressaltou o quanto Jane era disciplinada e prestativa. ;Nós nos falávamos todos os dias, porque ela era sempre a primeira a chegar à sala. Então, quando eu entrava, ela já estava lá;, conta a moça, que conheceu Jane no ano passado. ;Nossa amizade começou com um simples trabalho em grupo. No primeiro dia de aula, sentamos uma ao lado da outra e assim permanecemos. Eu e Jane nos ajudávamos. Ela sempre com um sorriso no rosto;, descreve.
Balões vermelhos
A missa foi um momento de calma, diferentemente do velório e do enterro, marcados por um clima de muito desconsolo. ;Por que ele fez isso com você?;, perguntava, aos prantos, Jane Fonda, uma das irmãs da vítima. Ela levou balões vermelhos em formato de coração, que foram soltos e voaram pelo céu de Taguatinga no momento do sepultamento. ;Essa é minha última homenagem para você, minha irmã, porque eu te amo muito. Eu prometo que vou estudar, você sempre me pediu tanto isso. Eu vou te amar para sempre;, disse, aplaudida pelos presentes, emocionados.
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