Aproximadamente 70 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) invadiram a sede do Grupo Jaime Câmara, na noite desta terça-feira (08/3), em Goiânia. O prédio abriga, entre outros veículos, a TV Anhanguera, - afiliada da Rede Globo em Goiás-, a rádio CBN e o jornal O Popular. Em um vídeo postado no Instagram do jornal goiano é possível ver e ouvir os manifestantes gritando palavras de ordem como "o povo não é bobo, abaixo a Rede Globo".
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[SAIBAMAIS]Uma jornalista da TV Anhanguera contou ao Correio que os ônibus com os sem-terra estacionaram diante da empresa por volta das 18h40. ;Consegui ver três ônibus pela janela. Dentro deles, havia homens mascarados. Eles já desceram gritando ;Não vai ter golpe; e ;Fora, Globo golpista;". A ocupação durou cerca de três horas e as paredes do prédio foram pichadas com mensagens: "não vai ter golpe", ;Globo e ditadura de mãos dadas; e "Rede esgoto fora;. Não houve confronto e o grupo saiu do local escoltado pela polícia, que acompanhou o protesto.
O ato acontece quatro dias depois da condução coercitiva do ex-presidente Lula pela Polícia Federal e atende a uma convocação da direção nacional do MST, que orientou que grupos locais se manifestassem nas sedes regionais da Rede Globo. Na semana passada, um grupo pró-PT também realizou um ato de protesto na frente da sede da Rede Globo Brasília, mas a única invasão ocorrida até o momento aconteceu em Goiânia.
Através do twitter, o líder do Democratas no Senado Federal, Ronaldo Caiado (GO), manifestou repúdio à invasão do MST ao Grupo Jaime Câmara. Para Caiado, o vandalismo e as agressões promovidas pelos militantes estão associadas à incitação feita por Lula nos últimos dias contra a ordem e as instituições democráticas do país. "Estamos assistindo a esse crime sendo cometido por pessoas que se julgam acima da lei e que respondem ao apelo do chefe maior. Atacam a imprensa livre e afrontam a democracia. O MST se configura aqui como o verdadeiro exército de Lula que foi provocado a ir às ruas para agir como agem os coletivos bolivarianos na Venezuela", protestou Caiado.