postado em 18/02/2016 07:39
A poucos metros do altar onde figuras ilustres eram enterradas no Brasil colonial ; entre o século 18 e início do século 19 ;, um achado ainda envolto em mistério tem intrigado fiéis e moradores nos arredores da igreja de Santo Antônio do Descoberto (GO), fincada no município homônimo, distante 47km de Brasília.
Milagre, na crença dos mais fervorosos, fenômeno da ação do tempo, na opinião dos céticos, não faltam teorias para explicar o brilho de tom prateado refletido por uma ossada humana encontrada recentemente durante uma reforma no santuário.
Mantido em segredo até que estudiosos pudessem dar um parecer técnico-científico, o caso, entretanto, acabou ganhando as ruas e as rodas de conversas da cidade, cuja população beira os 64 mil habitantes.
Levando-se em conta os fatos históricos que remontam ao ciclo do ouro, por volta de 1720 ; mesma época em que o município foi fundado ;, tamanha repercussão preocupa representantes católicos, a ponto de a Arquidiocese Goiana ordenar o fechamento provisório do local.
;Imagine que as pessoas estão espalhando que tem ouro dentro da igreja. Tem gente me ligando para pedir pedaços dos ossos. Era um episódio que estava em segredo, entre duas ou três pessoas, mas que acabou vazando. Agora, a cidade inteira está sabendo. Meu temor é que possam invadi-la;, diz o padre Marcelo Vieira, responsável pelo santuário. Segundo o pároco, as ossadas foram descobertas no fim de janeiro, em meio à obra de restauração que visa preservar os traços originais do espaço, erguido por escravos a mando de colonizadores portugueses.
Apesar de saber que corpos eram sepultados do lado externo, Vieira não imaginava que a capela ainda abrigasse túmulos em seu interior. Pedreiro à frente dos trabalhos, Francisco Assis Maciel, 61 anos, conta que viu os despojos surgirem a 1 metro da superfície que ele escavava. ;Quando achei os primeiros ossos, corri para chamar o padre. Ele veio, pegou a pá e começou a cavar também.Foi ele quem encontrou os ossos maiores e percebeu que eles brilhavam;, detalhou o pedreiro, a respeito do material que agora está guardado numa caixa de papelão.
Enquanto aguarda um parecer técnico, o religioso prefere se resguardar a cogitar o acontecimento de um milagre. ;Alguns padres com quem conversei não descartam essa hipótese. Mas ainda não sei o que pode ser. Por isso, prefiro aguardar uma análise científica a respeito desse fenômeno, que, sem dúvida, nos chama muita atenção. Até lá, a igreja continuará fechada à comunidade;, pontua Vieira.
Na vizinhança, contudo, não há outro assunto que não seja os ;ossos brilhantes; da Igreja de Santo Antônio do Descoberto. ;O povo tem comentado que pode ser um milagre. Sei que antigamente muita gente era enterrada aqui. Se é milagre ou não, essa questão de os ossos brilharem é que tem causado essa conversa toda;, comenta a aposentada Adelina Diniz, 36 anos, frequentadora da paróquia. O comerciante José Carlos Sanches, 49, por sua vez, também se diz impressionado com a descoberta. ;Nunca tinha visto um osso brilhar desse jeito.;
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