Jornal Correio Braziliense

Cidades

Visitas na Papuda estão suspensas por surto de caxumba nos detentos

Familiares, policiais, oficiais de justiça e advogados não podem ter contato direto com os presos de certas alas

Um surto de caxumba dentro do presídio da Papuda vai limitar as visitas de familiares e amigos nesta semana. Os encontros ocorrem às quartas e quintas-feiras. Profissionais com contato direto com os presos, como oficiais de justiça, advogados e policiais, terão acesso impedido nas alas atingidas. A direção informou, na segunda-feira (8/2), do alastramento da doença nas dependências do presídio. A medida é preventiva e para o controle infeccioso. Segundo informações da Secretaria de Saúde, são 74 infectados, sendo 73 internos e uma servidora.
O Centro de Detenção Provisória (CDP) é onde se concentra o maior número de diagnósticos: são 69 registros somente na primeira semana de fevereiro. Os outros cinco casos foram identificados no Centro de Internamento e Reeducação (CIR), sendo quatro internos e uma funcionária. Essas alas não receberão novos detentos enquanto houver o surto.
Para evitar que a doença contamine mais presos, foi montado um esquema de emergência, que conta com uma equipe médica de plantão e vacinação intensiva - 320 doses já foram ministradas, segundo a Secretaria de Saúde.

Para casos mais complexos, a administração da Papuda encaminhará os pacientes para hospitais de referência onde existem salas prisionais, tais como Hospital Regional da Asa Norte, o Hospital Regional do Paranoá e o Hospital de Base.
O coordenador-geral da Subsecretaria do Sistema Penitenciário, Richard Moreira, explicou que, por enquanto, as visitas estão suspensas, mas que, no decorrer dos dias, novas medidas poderão ser tomadas caso haja evolução de casos. Ele ressalta que precisa da compreensão dos familiares, pois a caxumba é infecciosa. Carlos Zanetti, superintendente da Região de Saúde Leste afirma também que tudo está sendo feito considerando a segurança sanitária e física, tanto da população interna quanto dos agentes e da população externa, que os visita.

Atendimento
A visita de oficiais de justiça e de policiais está suspensa por causa do contato direto desses profissionais com os presos. Os advogados com contato direto com os presos também não poderão comparecer à Papuda. Segundo a Secretaria de Justiça e Cidadania, casos específicos serão levados à direção do estabelecimento.

Procedimentos
A recomendação é a de que as alas antigidas sejam isolados por 10 dias, contados a partir do último caso identificado da doença. Internos sintomáticos não poderão circular fora dos centros por um período de 30 dias.

Todos os servidores da segurança lotados no Complexo Penitenciário da Papuda serão vacinados. A medida se estende a agentes de escoltas de todo o Sistema Penitenciário do DF.

Familiares, advogados e servidores devem ser instruídos sobre os sintomas da caxumba e o atendimento nas unidades de saúde do DF. Os agentes de segurança também deverão comunicar aos responsáveis no Complexo da Papuda caso haja indícios da doença neles ou em pessoas próximas.

Existe ainda um caso isolado da doença no Centro de Progressão Penitenciária, no Setor de Indústrias e Abastecimento, mas as pastas informam que o interno infectado não é egresso recente da Papuda.

Não há casos em outros presídios do Distrito Federal.
Com informações da Agência Brasília