A labuta diária do carpinteiro Evandro dos Santos, 25 anos, não envolve apenas o esforço dispensado nos edifícios do Setor Noroeste. O caminho da parada de ônibus até o local de trabalho é separado pelos 4,5km de uma das seis trilhas construídas no Parque Burle Marx, em agosto do ano passado. A falta de estrutura e de iluminação agora se soma ao mato alto, que traz uma sensação ainda maior de insegurança a uma área que, desde 2012, ainda não conseguir se firmar num cartão-postal de Brasília. ;São 25 minutos todo dia. Tem matagal para todo lado, mas é a forma mais rápida para chegar aqui vindo da W3. Muita gente sente medo, mas nunca vi nada sendo feito para mudar a situação;, desabafa.
O anúncio de que seis empresas ficaram interessadas em gerir o Parque da Cidade Dona Sarah Kubitschek por meio de Parceria Público Privada (PPP) chamou atenção para os outros 71 espaços no Distrito Federal. O Correio Braziliense percorreu alguns deles e constatou: as reclamações dos usuários e os problemas de infraestrutura se repetem nas mais diversas regiões administrativas. A segurança está no topo da lista. Um exemplo é o Parque Vivencial Denner, localizado na Quadra 40 do Guará 2. Mesmo que a pintura esteja sendo refeita depois de dois anos da última reforma, latas usadas para o uso de crack podem ser vistas próximas à nascente que fica no local.
;Toda semana, tiro latas e seringas que são deixadas por quem vem usar drogas. Temos um projeto de leitura aqui mas, semana passada, todos os livros estavam rasgados e jogados pela grama;, afirma o aposentado Edir Peixoto, 67 anos. Ele é morador da quadra e, há oito anos, tomou a frente na luta pela conservação da área ambiental. De acordo com ele, os esforços, além de repetitivos desde que assumiu essa posição, se mostram infrutíferos. ;O discurso é sempre que devemos proteger o meio ambiente, mas não é isso que vejo o governo fazendo aqui. Esse espaço é para a população, mas não há cuidado;, afirma.
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No Parque Ecológico Três Meninas, em Samambaia Sul, o abandono é caracterizado pelo playground: mesmo sem condições de uso ; como pontas de ferro retorcidas e risco iminente de desabamento ;, não há qualquer interdição que impeça as crianças de brincarem no local. A falta de eventos também é uma reclamação dos usuários. ;A última vez que vi um evento aqui foi em 2014. Se não acontece nada, como as pessoas vão vir?; questiona o estudante Brendon Matheus, 19 anos, que costuma andar de skate no Três Meninas. Seu amigo, o também estudante Rodrigo Rodrigues, 15, conta que, muitas vezes, a atitude tem de partir deles. ;A gente quem tapou os buracos na pista da última vez. Ela só foi reformada uma vez desde
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