Varjão, a 14km do Plano Piloto, está com 7,69% da cidade tomada pelo Aedes aegypti, segundo o Índice de Infestação Predial (IIP). Os dados obtidos com exclusividade pelo Correio apontam a Asa Norte (3,48%), o Lago Sul (2,46%), o Lago Norte (1,48%) e Vicente Pires (1,4%) como regiões onde a situação é de alerta para a dengue, a febre chykungunya e o zíka vírus. Em todo o DF, a média de 0,25% é considerada razoável. Contudo, o combate às larvas do mosquito é essencial para o controle do vetor. Nessa luta, agentes de Vigilância Epidemiológica usarão duas armas biológicas contra o inseto: uma bactéria e filhotes de peixe.
No total, 150.987 domicílios receberam a inspeção da Secretaria de Saúde até dezembro do ano passado. Cinco das seis regiões com as maiores infestações do Distrito Federal são consideradas de alto padrão. Contudo, isso não facilita o acesso às casas e aos apartamentos. ;Existe uma dificuldade maior de visitar casas no Lago Sul do que em Ceilândia. Há resistência grande dos moradores, além de espaços abandonados;, ressalta o diretor da Vigilância Ambiental, Divino Valero Martins.
As taxas inferiores a 1% são consideradas satisfatórias; de 1% a 3,9%, em situação de alerta; e superior a 4% há risco de surto de doenças transmitidas pelo Aedes, segundo o Ministério da Saúde. A atuação dos agentes de Vigilância Epidemiológica é adequada segundo os níveis da população do mosquito em cada cidade. ;Conseguimos reduzir o índice em alguns locais, como Planaltina e Sobradinho, com ações pontuais;, explica Divino. Cerca de 500 servidores atuam na prevenção, mas seriam necessários 1,3 mil.
O especialista em controle de doenças Pedro Luiz Tauil analisou os números a pedido do Correio. ;As maiores infestações predominam nas regiões mais pobres, porque as condições de saneamento, armazenamento de água e coleta de lixo são precárias. A densidade alta mostra tendência a ocorrências de transmissão das doenças. O problema nos lagos Norte e Sul são os quintais;, alerta.
Só na primeira semana do ano, 31 pessoas contraíram dengue na capital federal. Há, ainda, um caso de febre chykungunya e dois de zika vírus. No ano passado, houve 10.338 de dengue no DF; 13 de chykungunya; e dois de zika. Para conter os números, o GDF recorreu à ajuda de duas empresas que cederam a biolarvicida Bacillus thuringiensis israelenses (BPI), bactéria que ataca as larvas, e filhotes de lambaris (alevinos), peixe predador do inseto. As novas técnicas de combate tiveram custo zero aos cofres públicos, pois as empresas fizeram doações.
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