<p class="texto"><img src="https://imgsapp2.correiobraziliense.com.br/app/noticia_127983242361/2016/01/16/514203/20160115235558404440u.JPG" alt="José Daldegan, do Conselho da Asa Sul: "Razoável um bloco de rua familiar com, no máximo, 500 pessoas"" /></p><p class="texto"><br />O carnaval de rua deste ano coloca em posições opostas moradores de quadras residenciais e fãs da festa. De um lado, a comunidade da Asa Norte e da Asa Sul promete brigar até no Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) para minimizar os efeitos da folia. De outro, organizadores dos blocos tentam entrar em um consenso. Os moradores desejam sossego, garantia de vagas para os carros e menos barulho. Mas quem defende o carnaval reclama de intolerância com a cultura. Coincidentemente, a polêmica sobre a altura do som e os locais de desfile ocorre justamente quando o carnaval está em ascensão. Hoje, começa o embate com o ensaio dos blocos tradicionais, a partir das 12h, na 302 Norte.<br /><br />Por causa do fortalecimento da folia de rua, os blocos tiveram de rever a programação. É o caso do Suvaco da Asa, que passava pelo Cruzeiro e pela Área Econômica do Sudoeste e, agora, será realizado no gramado da Funarte. Na segunda-feira, representantes de moradores, do Suvaco da Asa e de órgãos do Governo do Distrito Federal (GDF) se reunirão no MPDFT para tratar sobre o novo trajeto. Ao longo da semana, haverá outros encontros intermediados pelo órgão para tratar do barulho.<br />O presidente do Conselho Comunitário da Asa Sul, José Daldegan, reforçou o descontentamento. ;Uma quadra residencial tem cerca de 1,2 mil pessoas. Consideramos razoável um bloco de rua familiar com, no máximo, 500 pessoas;, considerou. Para ele, quando ultrapassa esse número, a situação se torna caótica.<br /><br />Para tentar chegar a um acordo com os organizadores dos blocos, a comunidade participou de uma reunião, na quinta-feira, na Administração Regional de Brasília. ;Alguns blocos de rua tomaram uma dimensão muito grande e, agora, é impraticável qualquer carnaval saudável e tolerável. Foliões sobem nos carros, urinam em qualquer lugar, fazem sexo explícito, depredam o patrimônio da quadra e estacionam os carros em locais proibidos;, reclamou Daldegan.<br /><br />A presidente do Conselho Comunitário da Asa Norte, Maria das Graças Moreira, disse que, se a Administração Regional de Brasília não se posicionar a favor do pedido da comunidade, feito na última reunião, quinta-feira, a entidade recorrerá ao MPDFT. ;Nós somos a favor da lei do silêncio e da cultura com saúde e responsabilidade. Somos favoráveis ao carnaval, mas ele tem de acontecer nas vias do Eixo Monumental e do Eixão, no Parque da Cidade, no estacionamento do Estádio Mané Garrincha e na área central. Somos contra o carnaval dentro das áreas residenciais, porque causa transtornos para os moradores;, afirmou.<br /><strong><br />Negociação</strong><br /><br />A promotora de Defesa do Meio Ambiente e Patrimônio Cultural (Prodema), Luciana Bertini Leitão, explicou que, anualmente, o órgão instaura procedimento administrativo para acompanhar o evento. Segundo ela, representantes dos conselhos comunitários de quadra procuraram o MPDFT. ;Eles estão preocupados com o fato de que órgãos fiscalizadores não têm agido como deveriam. A comunidade está muito insatisfeita;, explicou.<br /><br />Ela revelou, ainda, que, geralmente, as administrações regionais permitem a saída dos blocos, mas não fazem a fiscalização. ;Vamos verificar se o governo age conforme a legislação em vigor e, se a queixa da comunidade proceder, em casos extremos, os blocos podem deixar de sair, mas existe uma graduação de providências até lá;, detalhou.<br /><br />No ano passado, Luciana revelou que houve inconsistências entre os limites de alvarás e o que, de fato, aconteceu. A promotora citou o Suvaco da Asa, cuja autorização previa 20 mil pessoas, mas reuniu 80 mil. ;A previsão não está próxima da realidade, e essa é a preocupação do Ministério Público. Claro que existe uma margem de erro, mas não pode ser de 60 mil;, disse.<br /><br />Quando ultrapassa os limites, a promotora ressaltou que o MPDFT pode cobrar maior rigor dos órgãos envolvidos, como o Instituto Brasília Ambiental (Ibram), a Agência de Fiscalização do DF (Agefis), a Defesa Civil e as administrações regionais. ;Se, na ocasião, os blocos ultrapassarem o horário de término, e for verificado pelo órgão de fiscalização que está sendo descumprida a autorização, existem promotores de plantão para acionar o governo com objetivo de que o evento se encerre;, concluiu.<br /><br />O secretário de Cultura, Guilherme Reis, esclareceu que o horário de término dos blocos é determinado pela organização de cada evento. ;Não houve interferência nem imposição do governo. Os horários deste ano, inclusive, são os mesmos que os de anos anteriores;, explicou. Segundo ele, o planejamento de segurança parte das informações passadas por cada grupo.<br /><br /><strong>Flexibilização</strong><br /><br />Além disso, o limite de 55 dB de ruído à noite é um empecilho para os eventos de rua. ;A Lei do Silêncio tira o trio elétrico da rua;, queixou-se o presidente da Liga dos Blocos Tradicionais, Jorge Cimas. Para ele, a flexibilização da norma durante o carnaval seria uma forma de evitar o sufocamento da cultura. ;Somos blocos de carnaval, não barzinhos que ficam fazendo barulho todos os dias do ano. O nosso ruído é durante os quatro dias de festa;, disse.<br /><br />Para Guilherme Reis, o carnaval é um período em que, normalmente, o limite de decibéis é extrapolado. ;É um momento de festejo. A gente está trabalhando para que não haja problema;, informou. No entanto, o secretário destacou que os blocos permanecem impedidos de entrar nas quadras residenciais. ;Os maiores serão no período do carnaval mesmo, e somente 14 deles ultrapassam as 22h. Nesses casos, eles só podem fazer o itinerário fora das residenciais;, alertou.</p><p class="texto"> </p><p class="texto">A matéria completa está disponível <a href="#h2href:eyJ0aXR1bG8iOiJFeHRlcm5vOiBodHRwOi8vaW1wcmVzc28uY29ycmVpb3dlYi5jb20uYnIvYXBwL25vdGljaWEvY2FkZXJub3MvY2lkYWRlcy8yMDE2LzAxLzE2L2ludGVybmFfY2lkYWRlcywxOTQ2ODkvYmxvY29zLWRlLXJ1YS1lbmZyZW50YW0tYS1yZXNpc3RlbmNpYS1kYXMtcXVhZHJhcy5zaHRtbCIsImxpbmsiOiJodHRwOi8vaW1wcmVzc28uY29ycmVpb3dlYi5jb20uYnIvYXBwL25vdGljaWEvY2FkZXJub3MvY2lkYWRlcy8yMDE2LzAxLzE2L2ludGVybmFfY2lkYWRlcywxOTQ2ODkvYmxvY29zLWRlLXJ1YS1lbmZyZW50YW0tYS1yZXNpc3RlbmNpYS1kYXMtcXVhZHJhcy5zaHRtbCIsInBhZ2luYSI6IiIsImlkX3NpdGUiOiIiLCJtb2R1bG8iOnsic2NoZW1hIjoiIiwiaWRfcGsiOiIiLCJpY29uIjoiIiwiaWRfc2l0ZSI6IiIsImlkX3RyZWVhcHAiOiIiLCJ0aXR1bG8iOiIiLCJpZF9zaXRlX29yaWdlbSI6IiIsImlkX3RyZWVfb3JpZ2VtIjoiIn0sInJzcyI6eyJzY2hlbWEiOiIiLCJpZF9zaXRlIjoiIn0sIm9wY29lcyI6eyJhYnJpciI6Il9zZWxmIiwibGFyZ3VyYSI6IiIsImFsdHVyYSI6IiIsImNlbnRlciI6IiIsInNjcm9sbCI6IiIsIm9yaWdlbSI6IiJ9fQ==" target="blank">aqui</a>, para assinantes. 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