Jornal Correio Braziliense

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Posto do DF atribui aumento da gasolina ao reajuste de 3% no imposto

Nesta quinta-feira (7/1), alguns postos já vendiam o combustível a R$ 3,97

A última nota fiscal de compra de gasolina comum, mostrada por um gerente de um posto da rede Petrobras à reportagem do Correio, já trazia reajuste de 3% na alíquota do imposto. Segundo o funcionário, que não quis se identificar, o valor saltou para R$ 3,43, R$ 0,14 mais caro em relação ao que ele havia pago da última vez. Nesta quinta-feira (7/1), alguns postos já aumentaram o preço do produto nas bombas.

O aumento no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) foi aprovado, em fevereiro, pela Câmara, para começar a valer este ano. "A gente só repassou o ajuste que recebemos da distribuidora. Eles aumentaram o preço do combustível que compramos. Se nós não aumentássemos, teríamos prejuízo", afirmou o gerente. Segundo ele, a medida foi necessária para manter a margem de lucro - que varia entre 10% e 13% de acordo com o produto - sob controle para não gerar dívidas. "Tem condições de o empresário ganhar menos de R$ 0,50 no litro de combustível vendido?", indagou.



Em nota, o Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e de Lubrificantes do DF (Sindicombustíveis) informou que não se posicionará sobre os aumentos e que os donos de postos de gasolina são livres para alterar os valores, baseados no aumento dos impostos. O Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), explica que a tabela de preços, que serve de base para a cobrança do ICMS nas refinarias, também foi reajustada.

Entendendo os números
Com os valores atuais da gasolina comum, um dono de posto de gasolina tem R$ 0,54 de lucro sobre o combustível comprado na distribuidora. Para pagar o salário de um funcionário que recebe o salário mínimo - R$ 880 - o dono do posto precisaria que 33 carros abastecessem todo o tanque do carro. Como nem todos os consumidores fazem isso, há a necessidade de que mais pessoas abasteçam para garantir esse lucro.