Cidades

Ensino da história e da cultura afro-brasileira nas escolas ainda é tímido

Incluir a discussão nos projetos pedagógicos é essencial para evitar que a discriminação seja perpetuada

Especial para o Correio
postado em 24/12/2015 06:10
Estudantes do CEF 16 de Taguatinga organizaram uma mostra sobre a cultura africana em novembro. Algumas alunas começaram a usar turbantes
Atrizes e jornalistas recebem insultos pelas redes sociais. Uma adolescente de 11 anos é apedrejada no meio da rua. O motivo? No primeiro caso, a cor da pele. No segundo, o fato de seguir uma religião de matriz africana. Essas foram algumas das notícias que marcaram o ano de 2015 e que mostram como, mesmo no século 21, o preconceito racial ainda é disseminado na sociedade brasileira. Nas escolas, algum avanço com relação ao tema pôde ser observado com a lei que obriga o ensino da história e da cultura afro-brasileira. No entanto, o conteúdo ainda é pouco abordado.

;O que as várias pesquisas indicam é que ela (a lei) tem sido implementada ou de uma forma muito tímida ou completamente ignorada;, afirma Liana Lewis, socióloga e professora do departamento e da pós-graduação em Sociologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Para ela, implantar a lei de forma séria significa repensar a escola como instituição e a relação que os professores têm com as crianças brancas e com as negras. ;Não é uma questão social apenas;, afirma, destacando que o legado da escravidão também pesa nesse processo. ;Há uma diferença de tratamento entre alunos negros pobres e alunos brancos pobres.;

Liana defende que o tema seja tratado de forma transversal nas escolas. Nas aulas de português, por exemplo, pode ser levado um texto que fale sobre preconceito racial. O professor de biologia, por sua vez, deve mostrar que a questão racial não é biológica, mas, sim uma construção social.

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