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Fotógrafo Milan Alram: Brasília pelas lentes de um franco-carioca

Aos 89 anos, o fotógrafo Milan Alram lança livro com imagens inéditas das obras da nova capital. A convite do governo, ele visitou a cidade em 1959, a poucos meses da inauguração, e registrou detalhes da construção

Helena Mader
postado em 20/12/2015 08:00
Aos 89 anos, o fotógrafo Milan Alram lança livro com imagens inéditas das obras da nova capital. A convite do governo, ele visitou a cidade em 1959, a poucos meses da inauguração, e registrou detalhes da construção

Um pequeno avião da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) pousou no canteiro de obras de Brasília em julho de 1959 trazendo visitantes ilustres. Quatro profissionais de publicidade desembarcaram na cidade em construção, a convite do governo, para conhecer detalhes do projeto e para ver de perto a epopeia do presidente Juscelino Kubitschek. Um dos convidados era o francês Milan Alram, à época um requisitado fotógrafo de propaganda no Rio de Janeiro. Aos 33 anos, ele teve o privilégio de percorrer as principais obras da nova capital, como o Congresso Nacional e o Palácio da Alvorada. Através de suas lentes, viu as curvas imaginadas por Oscar Niemeyer se transformarem no concreto dos principais monumentos de Brasília. Os registros feitos por Milan Alram durante essa viagem, que ficaram guardados em meio a arquivos de negativos durante décadas, fazem parte de uma publicação que desvenda a obra do fotógrafo, lançada este mês. Aos 89 anos, ele conversou com o Correio sobre o projeto e relembrou a viagem de descobertas ao Planalto Central.

O livro Milan Alram conta detalhes da trajetória do profissional, que nasceu na França, mas se mudou para o Rio de Janeiro ainda menino. Filho de um marceneiro e de uma costureira, chegou ao país em 1939, aos 13 anos. A família Alram viajou de Paris à Normandia para embarcar em um navio transatlântico, que parou em Portugal antes de atracar na costa brasileira. A família se instalou na região do Rio Comprido, no município do Rio. Mesmo sem falar português, virou vascaíno ao acompanhar a torcida de vizinhos. Na adolescência, trabalhou como entregador de livros de uma editora, ocasião em que conheceu personalidades como Carlos Lacerda e Jorge Amado. Por influência de um fotógrafo alemão, na época se interessou pela fotografia.

Grandes marcas
Ainda jovem, foi trabalhar em uma empresa que importava equipamentos. O filho do patrão emprestou uma câmera para que Milan fizesse a propaganda do maquinário. Fotografou guindastes da companhia e caiu nas graças dos proprietários. Em 1949, já decidido a se tornar fotógrafo profissional, saiu da empresa e passou a atuar exclusivamente com imagens. Quando não tinha trabalho, circulava pelo Rio para registrar a construção dos arranha-céus. Para revelar os próprios filmes e fazer as ampliações, abriu um pequeno laboratório no centro da cidade.

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