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Conheça o laboratório responsável por identificar o zika vírus no DF

Uma das unidades mais respeitadas do Brasil, o Lacen é responsável por analisar, confirmar ou descartar doenças com alto risco epidêmico, como a dengue, o zika e a meningite. Só este ano, foram 300 mil exames de média e alta complexidades realizados



O endereço é o mesmo há quase quatro décadas, na L2 Norte. Pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-DF) passam casos de mais de 30 doenças com alto risco epidêmico, como as transmitidas pelo Aedes aegypti, além da meningites, da tuberculose, do H1N1, da aids. O órgão tem habitado o noticiário nas últimas semanas. Partem dele as confirmações de dengue, chicungunya e zika ; essa última que tem causado microcefalia em bebês. A unidade realizou, este ano, 300 mil exames de média e alta complexidades ; percentual 60,5% menor que em 2014, quando realizou 760 mil análises. Apesar do índice negativo, integra a Rede Nacional de Laboratórios de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde, é Referência Regional Centro-Oeste e Norte e tem o maior complexo de microbiologia da América Latina. Contudo, está longe da imponência da década de 1980, quando era um dos três principais laboratórios do país.

Pelo prédio de 15 mil m; circulam 216 servidores, entre farmacêuticos, biólogos, químicos e outros profissionais. Ao caminhar pelos largos corredores, a sensação é a de estar um filme de ficção científica, apesar de os diagnósticos serem os da vida real. Na sexta-feira, por exemplo, amostras de uma grávida de Santo Antônio do Descoberto, no Entorno do DF, com zika vírus, eram analisadas: confirmada a infecção. ;Para identificarmos o vírus e qual o tipo dele, ampliamos em milhares de vezes o material genético;, explica a bióloga Larissa da Costa Souza, responsável pelo Núcleo de Virologia.

Ao circular pelo Lacen, é possível esbarrar em vidrinhos com amostras de bactérias capazes de dizimar a vida humana. O trabalho dos microbiologistas consiste em confirmar a infecção, identificar o micro-organismo e detectar se ele é ou não resistente aos antibióticos. A palavra de ordem é agilidade. A equipe está entre as mais capacitadas do Brasil para realizar a tarefa. O teste para reconhecer a Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC), por exemplo, leva menos de 24 horas. ;A rapidez é importante para que tenhamos clareza da doença e do tratamento dos pacientes. Assim, evitamos surtos, já que, normalmente, essas bactérias são altamente contagiosas;, detalha o farmacêutico microbiologista Célio de Farias Júnior.

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