Jornal Correio Braziliense

Cidades

Redução de horário de escolas não é para ato pró-Dilma, diz Sinpro

Segundo diretor da entidade, o ato é "contra o golpe que querem dar contra os trabalhadores em seus direitos sociais"

O horário de aulas das escolas públicas do Distrito Federal deve ser alterado nesta quarta-feira (16/12) para que os professores participem de ato contra o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Segundo o Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF), a orientação é de que as aulas do período matutino sejam encerradas até as 12h30, as do período noturno comecem no segundo horário, a partir das 19h50, e as do período vespertino sejam remanejadas para a manhã.

De acordo com um dos diretores do Sinpro-DF, Cláudio Antunes, o ato não prejudica o calendário letivo, uma vez que "o professor consegue fazer a carga horária ser cumprida com atividades presenciais e não presenciais". "Ninguém perde em função disso. Nós não podemos é piorar nossas condições de trabalho, vendo as pessoas tirarem a cada dia os direitos que conquistamos. É melhor fazermos isso agora do que, lá na frente, o professor não poder trabalhar com tranquilidade por estarem mexendo nos direitos que ele tem", argumenta.

A ação, convocada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) e por outras sindicais, prevê, às 16h, a saída dos manifestantes do Estádio Nacional Mané Garrincha até o Congresso Nacional. O material de divulgação do protesto informa que 16 de dezembro será o "Dia Nacional de Mobilização contra o impeachment, o ajuste fiscal e pelo Fora Cunha" e que "um eventual governo Temer representaria um aprofundamento dos ataques aos trabalhadores".

Cláudio enfatiza, entretanto, que "o ato não é pró-Dilma", mas "contra o golpe que querem dar contra os trabalhadores em seus direitos sociais". "Amanhã tem pancada para todo mundo. Nós vamos para as ruas defender os direitos que a classe trabalhadora conquistou. Nós queremos a manutenção da ordem democrática, porque o que estão propondo abre margem para um golpe contra os trabalhadores e não vamos aceitar esse tipo de manobra."




Além da CUT, assinam o panfleto oficial a União Nacional dos Estudantes (UNE), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o Movimento pela Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), a Coordenação Nacional de Entidades Negras (Conen), o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) e a organização Intersindical.

Procurada pela reportagem, a Secretaria Adjunta de Educação do Distrito Federal (SEDF) disse que não pode interferir nas orientações do sindicato e que não se pronunciaria sobre o assunto.