Jornal Correio Braziliense

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Artista plástica Marianne Peretti será homenageada com catálogo de obra

Com o lançamento do livro A Ousadia da Invenção, a obra da artista plástica franco-brasileira finalmente começa a ser colocada no mesmo patamar do trabalho de homens



Autora de vitrais, esculturas e painéis que deram cor ao concreto dos principais monumentos de Brasília, Marianne Peretti foi a única mulher a fazer parte da equipe do arquiteto Oscar Niemeyer durante a construção da capital. Com o lançamento do livro A Ousadia da Invenção (B52 Desenvolvimento Cultural e Edições Sesc-SP), a obra da artista plástica franco-brasileira finalmente começa a ser colocada no mesmo patamar do trabalho de homens com quem ela trabalhou durante a construção da cidade. ;Com esse projeto, os grandes especialistas do vitral na França reconhecem que a obra dela tem a mesma importância e valor que a de outros mestres modernistas já consagrados mundialmente, como Matisse e Chagal;, afirma Tactiana Braga, organizadora do livro.

Além disso, garante, esta é a chance de os brasilienses conhecerem o que Peretti produziu além dos vitrais que dão vida à Catedral. ;Acho que Brasília ganha uma oportunidade especial de tirar o véu dos olhos e perceber a Marianne que está todos os dias no cotidiano da cidade, assim como tantas outras grandes artistas, engenheiras, arquitetas e professoras;, comenta Tactiana. O lançamento será celebrado amanhã, por iniciativa do embaixador da França no Brasil, Laurent Bili. Em 348 páginas, a produção da artista é mostrada não somente em imagens do que está na capital, mas também nas palavras de quem estuda seu trabalho. Inclusive, há uma carta de Niemeyer ; até então inédita.

;Vou dizer como me emocionava vê-la durante meses debruçada a desenhar os vitrais da Catedral de Brasília. Eram centenas de folhas de papel vegetal que, coladas, representavam um gomo da Catedral. Um trabalho que diria corresponder aos velhos tempos do Renascimento, quando, apoiados pelos príncipes daquela época, os pintores e escultores executavam obras extraordinárias. Não acredito que, mesmo naqueles velhos tempos, um vitral de tal vulto tenha sido realizado;, escreveu o arquiteto. Laurindo Pontes, também organizador do projeto, explica que a falta de publicações direcionadas ao trabalho de Peretti foi um dos principais motivos para o início dos estudos.

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