Muitas são as queixas com relação ao sistema de saúde do DF. Os pacientes já estão preparados para a espera por atendimento e até mesmo para a falta de recursos básicos. A última greve no setor durou cerca de 40 dias. Na tentativa de escapar desses problemas, alguns brasilienses optam pelo serviço particular, seja pagando do próprio bolso, seja por meio de convênio. Mesmo assim, ainda enfrentam dificuldades. O cenário, no entanto, não condiz com os números apresentados pelo estudo Demografia Médica no Brasil 2015. Realizado pela Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), com apoio do Conselho Federal de Medicina (CFM) e do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), a pesquisa mostra que, entre as unidades da Federação, o DF é a que apresenta o maior número de médicos por habitantes.
Isso quer dizer que são 4,28 profissionais para cada mil pessoas. Em seguida, vem o Rio de Janeiro (3,75), São Paulo (2,7) e o Espírito Santo (2,7). Além disso, é a unidade com a melhor relação entre generalistas e especialistas, ou seja, o DF tem 2,72 médicos com residência em alguma especialidade para cada outro profissional que ainda não tem título. Ao todo, são 7. 438 especialistas contra 2.735 generalistas (veja quadro).
Apesar dos números significativos, ainda prevalece um panorama de desigualdade em todo o Brasil, que também se reflete em Brasília. De acordo com o documento, há disparidades na distribuição, na fixação e no acesso aos profissionais. A maioria dos médicos permanece concentrada nas regiões Sul e Sudeste, nas capitais e nos grandes municípios. Também notaram, desta vez, que os profissionais, sobretudo aqueles com especialização, estão reunidos em estruturas privadas. Estas atendem a menor parte da população.