O incêndio que atingiu o terreiro de candomblé Ilê Axé Oyá Bagan, da Casa da Mãe Baiana no Paranoá na madrugada desta sexta-feira (27/11) já é o quinto envolvendo espaços dedicados a religiões africanas num espaço de quatro meses. Embora o Corpo de Bombeiros diga que ainda é impossível determinar se houve intenção ou não, o incidente no DF e Entorno parece ser recorrente neste segundo semestre de 2015.
Três dos incêndios anteriores ocorreram no mesmo local, em Santo Antônio do Descoberto, a aproximadamente 50km do Distrito Federal. O outro incêndio foi em Águas Lindas, na mesma noite em que o local em Santo Antônio do Descoberto foi atacado.
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Em setembro de 2014, o Correio apurou que, desde 2012, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH-PR) registrou 76 denúncias de discriminação contra praticantes de crenças como o candomblé e a umbanda. No início de outubro, representantes de 50 terreiros do Distrito Federal e do Entorno estiveram na Câmara Legislativa, em audiência pública, para tentar preservar a religião africana. A reunião foi convocada a pedido do deputado João Lyra (PSD).
Segundo dados de agosto da Coordenação de Enfrentamento ao Racismo da Secretaria Especial da Promoção da Igualdade Racial (Sepir), em 2015 já foram ao menos dez crimes contra centros religiosos de matrizes africanas praticados no DF e entorno. O número pode ser maior, aponta a secretaria, já que incidentes do tipo são registrados como crimes comuns.