;A gente fica refém da empresa que fabricou o aparelho que muitas vezes é a única que detém a tecnologia para o conserto. Existe um tipo de chantagem. Ainda tem o fato de que tenho que seguir uma série de protocolos para a contratação para seguir a regulamentação da máquina pública, diferente da iniciativa privada;, reclama Gondim.
O GDF alega que não tem recurso em cofre para quitar os débitos. Os R$ 352 milhões de emendas parlamentares que a Câmara Legislativa enviou à pasta em setembro, não podem ser usadas para sanar as mazelas, uma vez que os parlamentares destinaram o dinheiro a ;objetivos específicos;, segundo Gondim. ;Os tomógrafos não estão incluídos nessa verba, infelizmente;, lamentou o titular da pasta.
Problema recorrente
Os tomógrafos realizam exames que detectam tumores e problemas abdominais, por exemplo. Em março, o Correio mostrou os gargalos na rede pública. Na época, a Secretaria de Saúde alegou que o problema seria resolvido em algumas semanas com o auxilio do Estado de Emergência decretado pelo governador Rodrigo Rollemberg (PSB), em 19 de janeiro.
Desde julho, a pasta de Fábio Gondim envia ofícios a Promotoria de Saúde (Prosus), do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) a fim de obrigar as empresas a prestarem o serviço. O mais recente, de 20 de novembro, ressalta o caráter de urgência. ;Requeremos providência para que as empresas procedam com a cotação de preço para a contratação de manutenção;, diz o texto.
Até a publicação deste texto, as empresas citadas e os representantes da Prosus não atenderam as ligação do Correio.
Entrevista com Fábio Gondim, secretário de Saúde
CB: Existe prazo para os tomógrafos voltarem a funcionar plenamente?
FG: A secretaria se preparou para essa recusa insistente. Recorremos até à Justiça, mas não consigo, infelizmente, dizer que daqui a dois meses tudo estará resolvido. O governo se comprometeu a pagar os débitos, mas as empresas não recuaram. Só consigo entender isso como uma espécie de chantagem.
CB: Quem precisa de atendimento o que deve fazer?
FG: O Sistema Único de Saúde (SUS) foi concebido em rede. Um hospital só não possui todos as especialidades. Dessa forma, quem não consegue atendimento em uma unidade é encaminhado para outra onde o aparelhos esteja funcionando perfeitamente.