O cartel dos postos de combustível no Distrito Federal causa um rombo de mais de R$ 900 por ano no bolso dos motoristas, segundo levandamento feito pelo Correio. A Operação Dubai, deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta terça-feira (24/11), identificou executivos das principais distribuidoras do ramo combinando valores dos produtos.
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[SAIBAMAIS]A ação flagrou um esquema que forçava os consumidores a optarem por abastecimento com gasolina em vez de álcool, o que representa, segundo as contas da PF, um gasto extra de 20% a cada vez que os motoristas enchem o tanque do veículo.
Em média, um carro que circula diariamente pelas vias do DF consome cerca de dois tanques de 50 litros por mês. O cálculo baseado no valor vigente da gasolina (R$ 3,79) indica, portanto, que eles desembolsam, R$ 379 mensais pelo combustível. Se deduzidos os 20% da quantia, o consumidor pagaria R$ 3,03 pelo litro da gasolina ; R$ 0,76 a menos que o gasto atual ;, economizando, assim, R$ 37,90 a cada vez que completasse o tanque, o que representa uma contenção de R$ 909,60 em 12 meses.
Lucro ilícito
Os prejuízos totais para os consumidores do Distrito Federal é de R$ 1 bilhão por ano apenas com a principal rede investigada, que vendia 1,1 milhão de litros de combustível por dia, com lucros que beiram os R$ 800 mil diário com o esquema, de acordo com a Polícia Federal.
De acordo com a PF, a estratégia era tornar o álcool combustível, o chamado etanol, inviável para o consumo perante a gasolina.
Prisões
Os policiais federais cumpriram sete prisões preventivas, 22 conduções forçadas para investigados prestarem depoimento e 44 ordens de busca e apreensão de documentos. As ações ocorrem em residências e escritórios de pessoas e empresas envolvidas no esquema em Brasília, no Entorno e no Rio de Janeiro, sede das duas maiores distribuidoras de combustíveis do país.
Entre os presos estão donos de postos de combustível, funcionários e representantes do setor. Confira os nomes de alguns deles: José Carlos Ulhoa Fonseca, presidente do Sindicombustíveis DF; Antônio José Matias de Sousa, um dos sócios da Cascol; Cláudio José Simm, um dos sócios da Gasoline; Marcelo Dornelles Cordeiro; José Miguel Simas Oliveira Gomes, funcionário da Cascol; Adão do Nascimento Pereira, gerente de vendas da BR Distribuidora no DF; André Rodrigues Toledo, gerente de vendas da Ipiranga.
O esquema do cartel contava com aproximadamente 150 postos distribuídos em todo o DF, de acordo com a Polícia Federal.