Alunos e professores da Universidade de Brasília (UnB) participaram de um abraço coletivo, nesta terça-feira (24/11), na Livraria do Chiquinho para evitar a realocação do espaço. Cerca de 100 pessoas se reuniram ao meio-dia e discursaram para pressionar o atual reitor a voltar atrás na decisão de retirar do espaço a livraria que está lá há 40 anos. O entendimento serve para outros comércios instalados no Instituto Central de Ciências (ICC), local conhecido com Minhocão da UnB.
O abraço coletivo foi articulado em uma rede social por iniciativas dos próprios estudantes, apoiadores, professores e servidores que são contrários à mudança. Entre os presentes, estava o assessor do senador Cristovam Buarque (PDT-DF) , que entregou para Chico um manifesto em apoio a ele e sua família. O assessor conta que o senador, junto com outros cinco ex-reitores, estão tentando fazer uma audiência com o atual reitor para convencê-lo a voltar na decisão.
Segundo o reitor da UnB, Ivan Camargo, há três situações que o motivaram solicitar a retirada de comércios como o de Chiquinho do ICC. A primeira delas é um parecer da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que demonstrou a presença de ratos e pombas em função da presença de alimentos no local. Além disso, o fato da comunidade acadêmica reclamar do barulho e do espaço ser tombado.
;Estamos negociando há três anos. Temos um outro lugar com infraestrutura adequada, com questões sanitárias e de segurança, como os bicicletários, chuveiros;, detalhou Carmargo. ;Além disso, conseguimos um parecer jurídico que permite que cedamos os espaços para essas pessoas sem licitação. Mas só faremos um cronograma quando o acordo foi atingido. Antes disso, não haverá retirada;, pontuou. O reitor reforço que não é favorável à saída de Chico da universidade.
Para Daniel Faria, professor de história da UnB desde 2009 e que se formou na Universidade em 1994 tirar o Chico do ICC ;é um atentado a história da universidade, porque a livraria é um lugar de encontro cultural e vai privar os alunos;.
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[SAIBAMAIS] O estudante Felipe Pontual, 19 anos, que está no terceiro semestre de Biologia, argumenta que não há sentido em tirar uma livraria do ambiente acadêmico. ;Já comprei livros com o Chico e apoio a causa pela internet. Hoje, chamei minha turma para participar do abraço coletivo depois da aula;, conta.
O empasse não abalou apenas a comunidade acadêmica, mas também a família do livreiro. Bruna de França Carvalho, 23 anos, formada em serviço social e filha do Chiquinho argumenta que é uma brutalidade tirá-lo do seu local de trabalho. ;Eu me formei graças a essa banca que pagou os meus estudos e meu pai nunca tirou ferias;, justificou.
O livreiro Chiquinho toca o próprio negócio desde 1989 no câmpus Darcy Ribeiro da Universidade de Brasília e ficou abalado com a notícia de que deveria deixar o local. Hoje, ele agradeceu no microfone o apoio e disse "é um ofício simples, mas de decência humana.
Com informações de Gabriella Bertoni e Yasmin Perna