Em sua sala na Codeplan, há um imenso mapa do Distrito Federal. Mais do que um instrumento de trabalho, a imagem representa um desenho desfigurado. A falta de planejamento urbano, a grilagem de terras e a omissão do Estado são responsáveis por alterar o plano pensado por Lucio Costa. A crítica é do geógrafo Aldo Paviani, que há 47 anos se dedica a pensar e a estudar Brasília. Chegou à capital do país em 1969 para ficar apenas um ano. Gaúcho de Erechim, decidiu fixar raízes quando enxergou no território recém-criado um objeto de estudo inesgotável. Aos 81 anos, o professor emérito da Universidade de Brasília e diretor de Estudos Ambientais da Codeplan segue em plena atividade e vigor intelectual. Visita regiões distantes do poder público e da infraestutura básica para embasar os livros e artigos que publica sobre planejamento urbano.
É crítico do abandono do papel do Estado como definidor das políticas públicas voltadas para a gestão territorial. Também defende a descentralização das atividades do Plano Piloto a partir de uma visão ampla do que é o Distrito Federal. Paviani propõe a autonomia das cidades e da instituição de ensino que ajudou a erguer, a UnB. Hoje, acumula menções honrosas, prêmios e brinca que o reconhecimento é resultado da idade. ;Depois que a gente envelhece, fica sendo homenageado;, ri.
Detalhista, o professor tem muitas propostas a apresentar. Algumas delas, ele explicou ao Correio, na última quinta-feira, na Codeplan. Falou de temas abrangentes, da grilagem à desocupação da orla. Da distribuição das vagas de trabalho ao trânsito. E mostrou que todos os aspectos estão interligados, quando se pretende construir uma cidade com qualidade de vida.
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