Esse tipo de terapia surgiu em Pernambuco, na favela do Pirambu, com 285 mil habitantes. A ideia é do médico psiquiatra e antropólogo Adalberto Barreto, um estudioso do ser humano. Durante uma vida de pesquisa e dedicação nessa área, uma conclusão: há mais sofrimento no mundo do que patologia. Segundo ele, há mais pessoas com dores na alma, com confissões presas na garganta e com emoções travadas no peito do que, de fato, com doenças diagnosticáveis e passíveis de tratamento com remédios. A terapia comunitária surgiu para curar essa sofrência. ;Somos seres que precisamos uns dos outros;, resume.
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Ao entender a base de que um é importante para a construção do outro, mais um fator é levantado por Adalberto: o do saber cuidar. ;Sem dependência, procurando ter uma relação paciente com as pessoas, de forma mais humana. Fazer do cuidado consigo o cuidado com o outro. Uma circularidade. Somos cuidadores, damos atenção e afeto, sabendo que também aprendemos uns com os outros. Cuidar e curar o outro. Isso a gente faz na terapia comunitária. Acolhe, abraça, escuta;, explica.
Em Pernambuco, depois da implementação desse modelo de promoção da saúde, cerca de 90% das pessoas atendidas deixaram de tomar medicamentos. Em Brasília, o Movimento Integrado de Saúde Comunitária do DF (leia Para saber mais) fica na 904 Norte. Porém, as rodas de terapia funcionam em diversos pontos. Uma delas é no Centro de Convivência da 601 Sul, ao lado da Paróquia Bom Jesus. Cerca de 20 idosos participam. O grupo, chamado de Feliz Idade, não é só para os mais velhos, mas obedece a uma dinâmica para esse público. Alguns sofrem de mal de Alzheimer ou de Parkinson. Lá, não importa o problema. O mais importante é acolher. As discussões ocorrem às quintas-feiras, às 14h30. Cada um chega com a sua história, seus traumas e suas limitações, muitos envergonhados, principalmente, se for o primeiro encontro.
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