<p class="texto"><img src="https://imgsapp2.correiobraziliense.com.br/app/noticia_127983242361/2015/11/07/505437/20151107000113514066a.jpg" alt="" /></p><p class="texto"><br />A coordenação dos programas públicos e gratuitos de atendimento às vítimas de violência em Brasília corre o risco de ser extinta. O argumento para a medida está na crise financeira e na reestruturação proposta pelo GDF para diminuir os custos da administração. Vinculado à Secretaria de Saúde, o Núcleo de Estudos e Programas na Atenção e Vigilância em Violência (Nepav) existe desde 2003 e faz 15 mil atendimentos por ano, por meio de 21 unidades espalhadas pelo Distrito Federal.<br /><br />O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) teme a reestruturação do Nepav. Coordenador do Núcleo de Gênero e Enfrentamento a Violência e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, o promotor de Justiça Thiago Pierobom contou que, há três semanas, promotores tiverem uma reunião com o subsecretário de Vigilância à Saúde em que foi exposta essa preocupação. ;O MPDFT também não desconsidera o quadro de quase calamidade da saúde pública no DF, mas, em termos de maior eficiência do serviço, a manutenção do núcleo seria o ideal;, comenta Pierobom.<br /><br />Para prestar atenção integral às vítimas de violência sexual, física e psicológica, de todas as idades e classes sociais, o Nepav coordena hoje 21 unidades de atendimento. Dessas, 15 fazem atendimento direto às vítimas de violência, nos denominados Programas de Pesquisa, Assistência e Vigilância da Violência (PAVs).<br /><br />No fim de 2014, houve uma recomendação do MPDFT para a Secretaria de Saúde expondo que o quadro de funcionários nos PAVs era insuficiente. Mas houve a troca de comando no GDF. Assim que a nova secretaria foi composta, o MPDFT reemitiu a recomendação. Logo, no entanto, vieram os efeitos da crise financeira.<br /><br /><strong>Prejuízos</strong><br />Funcionários das regionais acreditam que, caso sejam extintos, a coordenação dos PAVs ficará por conta da Gerência de Doenças e Agravos Não Transmissíveis (Gedant). Ela acumula várias outras atribuições e, segundo os funcionários dos PAVs, não conseguiria desenvolver ações relativas à violência adequadamente, prejudicando o atendimento e desenvolvimento das atividades dos programas, que têm profissionais de saúde, como assistentes sociais, psicólogos, médicos e enfermeiros.<br /><br />Coordenadora do Nepav, Lucy Mary Cavalcante Stroher explica que o Nepav trabalha no enfrentamento à violência para desenvolver parcerias com órgãos governamentais e não governamentais em campanhas e na Secretaria de Saúde. ;Temos como carro-chefe a garantia do atendimento às pessoas em situação de violência. Realizamos um trabalho que outros estados têm vindo conhecer, como modelo. Aliás, outros países também têm vindo ver nosso trabalho;, ressalta.<br /><br />Agente administrativa do PAV de Sobradinho, Neusa Maria Lopes defende que o Nepav é extremamente importante para a existência dos PAVs. ;Ele é o nosso elo com o governo. Através do Nepav, a gente fica sabendo das novas normas, das resoluções que o Ministério da Saúde faz sobre agravos e modificações das leis;, destaca.<br /><br />No Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib) há duas unidades. Uma delas é o Programa de Interrupção Gestacional Previsto em Lei, em que há um grupo de grávidas vítimas de violência. A coordenadora do programa, Fernanda Schieber, conta que todo o treinamento é recebido até hoje do Nepav. ;A mobilização do Nepav fez com que as unidades crescessem e se espalhassem por todo o DF. O núcleo senta, discute e articula para colocar os psicólogos mais indicados em cada unidade e para cada tipo de atendimento, identifica o perfil de cada um. O trabalho de violência não se extingue dentro da instituição hospitalar, é um trabalho de rede;, frisa.<br /><br />Questionada pelo Correio a respeito da extinção do Núcleo, a Secretaria de Saúde informou, por meio de nota, que a restruturação da pasta ainda não foi concluída e, assim que possível, divulgará as informações pedidas pela reportagem, através de um questionário enviado por e-mail.</p><p class="texto"> </p><p class="texto">A matéria completa está disponível <a href="http://impresso.correioweb.com.br/app/noticia/cadernos/saude/2015/11/06/interna_saude,187780/dentes-brancos-e-desprotegidos.shtml">aqui,</a> para assinantes. Para assinar, clique <a href="https://www2.correiobraziliense.com.br/seguro/digital/assine.php">aqui</a> </p>