Jornal Correio Braziliense

Cidades

Movimento reconecta as pessoas por meio do olhar no Museu da República

Evento ocorreu na tarde desta quinta-feira (15/10); além de Brasília, adeptos se reuniram em diferentes partes do mundo

Milhares de pessoas no mundo resolveram parar a correria do dia, desligar o celular, esquecer as diferenças (no caso do brasilienses, o calor também) e tirar uma tarde para observar e, realmente, só observar, os outros. A fim de ;reconectar; as pessoas por meio do olhar, o movimento mundial The World;s Biggest Eye Contact Experiment!, criado pelo The Liberators International, ocorreu na tarde desta quinta-feira (15/10), em mais de 143 cidades do mundo, algumas delas no Brasil.



Em Brasília, a proposta atraiu centenas de pessoas na Praça do Museu da República. Havia placas espalhadas com os dizeres: "Para onde foi a conexão humana? Compartilhe um minuto de contato olho no olho para descobrir..." As pessoas levaram cadeiras, toalhas, almofadas e se sentaram em frente umas das outras apenas para trocar olhares, sem se conhecerem. Muitas se emocionaram, outras tiveram crises de risos ou se abraçaram. Tudo sem trocar uma palavras durante a observação.

No ínicio, muitos estavam sem coragem de participar da experiência justamente por não conhecer o outro olhar. Aos poucos, as pessoas foram abrindo espaço para o desconhecido e enfrentando a vergonha. A estudante Hanara Dias participou e incentiva a ideia. "É uma experiência muito diferente e falta isso nos dias de hoje. As pessoas se olham, mas não se observam, nem os próprios familiares. É desafiador", diz.



Entre os participantes, estavam crianças, idosos, estudantes e até funcionários que saíram mais cedo do trabalho para estar presente. "Eu acho que esse é o caminho, precisamos humanizar cada vez mais as pessoas", ressalta o estudante Pedro Saliba. Para a aposentada Sarah Maria de Souza, o movimento é uma forma de aumentar a rede de amigos. "Eu gosto muito de estar entre as pessoas, de ter um contato real com elas", conta Sarah.

Os portadores de deficiência visual também puderam participar do movimento, através do toque.



A ideia, que surgiu na Austrália, foi trazido para capital por Cristiane Chaves, Tatiane Chaves, Aline Guimarães e Max Martins. "O nosso objetivo foi incentivar as pessoas a se desconectarem de tudo que as afastam umas das outras e ter um momento de presença real", explica Max.

O evento, realizado em Brasília, fará parte de um vídeo global com imagens enviadas de todas as cidades que participaram, como Nova York, Milão, Londres, Berlin, Dublin, Amsterdam e Genebra.


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