Após dois dias de combate, o Corpo de Bombeiros controlou o incêndio na Floresta Nacional de Brasília (Flona). Preliminarmente, estima-se que o fogo destruiu 156 hectares de vegetação. O trabalho de ontem precisou de 176 homens, 23 veículos e aeronaves. Além disso, foram usados abafadores e bombas costais (mochilas com água e esguichos individuais). O local atingido fica às margens da BR-070, perto de Taguatinga. Trata-se do 32; foco atendido em outubro pelos bombeiros, que continuarão na região para garantir a extinção das chamas.
Em setembro de 2011, outro incêndio, desta vez, comprovadamente criminoso, consumiu cerca de 25% da área total da Flona. A chefe à época, Miriam Ferreira, disse ao Correio que, após cinco dias de queimada, a ação de bandidos foi comprovada pela perícia. A Polícia Federal investigou o caso, mas ninguém acabou preso por crime ambiental.
Defensor da Floresta Nacional, o biólogo Mário Guimarães, especialista em espécies de árvores da Amazônia, denuncia haver conflito de interesses em relação à ocupação daquelas terras. ;Falamos de uma área protegida que fica no Entorno de Brasília. Há valor significativo naquilo, mas, também, um impetuoso conflito. Muita gente gostaria de erguer empreendimentos mobiliários naquele terreno;, explicou. Segundo o biólogo, ;é, infelizmente, uma maneira muito desgastante de tentar conseguir um objetivo a qualquer custo;.
Diversidade
A Floresta Nacional tem 9.351 hectares de extensão, divididos em quatro áreas. Foi criada em 10 de junho de 1999 e tem 320 unidades de conservação federais geridas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). As espécies vieram de quase todos os biomas do país, como caatinga, cerrado e pantanal.