Mesmo com a paralisação da maioria dos servidores públicos do DF, as negociações entre sindicatos e governo local não avançaram. Enquanto os trabalhadores exigem o pagamento imediato dos reajustes a 32 categorias concedidos pela gestão passada, a atual composição do Palácio do Buriti não muda de posição e afirma não ter recursos para honrar os compromissos. O que mais irrita os trabalhadores é o GDF não apresentar um calendário a fim de quitar os aumentos. O Executivo garante que considera ;legítimos; os reajustes, mas até mesmo a sinalização dada pelo governador Rodrigo Rollemberg (PSB), duas semanas atrás, de que os acréscimos salariais poderiam valer a partir de maio do ano que vem, não é garantida.
Leia mais notícias em Cidades
O impasse entre governistas e entidades está longe de um fim. No atual momento, não há perspectiva de acordo. O GDF segue irredutível em relação ao pagamento dos reajustes, enquanto os sindicatos radicalizaram o discurso. Eles admitem a suspensão dos aumentos, desde que sejam pagos de forma retroativa. Ontem, em clima de guerra, os sindicalistas tomaram a Praça do Buriti e a frente da Câmara Legislativa, em carros de som e com faixas de protesto. A represália contra o governo veio por meio de paralisações, atos públicos e até um funeral simbólico de Rollemberg. Segundo a Polícia Militar, 4 mil pessoas participaram do movimento unificado entre as categorias.
Além de não pagar os reajustes, os trabalhadores criticam as políticas públicas do governo. A intenção de entregar a gestão dos hospitais do DF para organizações sociais (OS) é motivo de revolta. ;A terceirização é golpe, não solução. O governo tem que melhorar os serviços e dar condições de o servidor trabalhar. O sucateamento é fruto da administração incompetente. As OS só vão piorar o panorama;, ressalta Jorge Viana, presidente do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem (Sindate-DF). Sobre a greve, ele garante que não há negociação enquanto não for apresentado um cronograma.
O presidente do Sindicato dos Médicos (SindMédico-DF), Gutemberg Fialho, acredita que todas as categorias da saúde são favoráveis à paralisação, além de serem contra o modelo pensado pelo GDF para os hospitais. ;O que o servidor quer é a valorização da saúde pública e meios para atender a população. Os hospitais públicos são obrigação do governo. Não se pode repassar o problema;, critica.
Sem negociação
A união das 32 categorias não impede que alguma carreira realize atos separados. Para o líder do Movimento Sindical em Defesa do Serviço Público do Distrito Federal, Rodrigo Rodrigues, o essencial é criar um calendário de mobilização a fim de unir os trabalhadores. Segundo ele, negociação é palavra que não existe no discurso do sindicalista. ;O governo descumpre leis, caracterizando improbidade administrativa. Com suas atitudes, Rollemberg para o DF e se mostra incompetente para dirigir a cidade;, ressalta.
A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique aqui