<p class="texto"><img src="https://imgsapp2.correiobraziliense.com.br/app/noticia_127983242361/2015/10/03/501142/20151002233743509747u.JPG" alt="Polo JK, em Santa Maria: os empresários reclamam da falta de infraestrutura, um dos motivos para que a indústria do DF não deslanche" /></p><p class="texto"><br />A crise econômica fica cada dia mais visível no Distrito Federal. Quando se trata da indústria local, ela se torna evidente, seja nos galpões vazios de mercadorias, na diminuição de postos de trabalho, seja na grande quantidade de lotes com promessas de virarem fábricas. Somente entre os meses de julho e agosto deste ano, 5 mil funcionários foram demitidos. Nem mesmo a chegada do Natal ; melhor época para o varejo e a indústria ; tem aumentado confiança do empresariado do setor. Segundo dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a indústria local produz R$ 8,4 bilhões anuais, emprega 127 mil pessoas e contribui com 5,7% na produção de riquezas do DF, uma das menores participações entre as unidades da Federação.<br /><br />Além da conjuntura econômica nacional ; recessão, juros e alta do dólar ;, o setor lida com mais problemas que persistem no DF. Uma das principais questões é a insegurança jurídica ; as políticas de fomento têm dificuldades de durar mais de um mandato. Este ano, por exemplo, os cerca de R$ 100 milhões destinados ao Ideas, programa em que o governo financia o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) a juros subsidiados, foram direcionados para o pagamento de servidores públicos e para cobrir o rombo das contas públicas. Dessa forma, os empresários não recebem desde janeiro os valores que eles previram para contratos assinados em 2013 e 2014.<br /><br /><strong>Concorrência</strong><br />O Ideas foi a solução encontrada pelo GDF para manter benefícios aos empresários após o julgamento de renúncias fiscais, como o Pró-DF, serem considerados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal. O GDF correu atrás de alternativas porque boa parte dos investimentos estavam indo para Goiás, uma vez que os programas do estado vizinho, como o Fomentar e o Produzir, ainda não foram julgados pelo STF. Além disso, o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), reúne-se com empresários e oferece condições favoráveis.<br /><br />A direção do Fujioka optou por implantar todo o e-commerce da loja no Espírito Santo. O projeto era que ficasse no Centro Distribuição do Polo JK, em Santa Maria, no DF. Inclusive, oito salas chegaram a ser construídas próximas aos galpões. A localização privilegiada de Brasília e a facilidade logística de estradas e aeroporto colocaram a capital em vantagem. Porém, após dificuldades burocráticas e creditícias, o comércio eletrônico foi para o sudeste brasileiro. Da estrutura de R$ 80 milhões, composta por três galpões, apenas um é utilizado em Brasília. ;A ideia era que gerássemos 112 empregos. Tínhamos 115 funcionários. Agora, estamos com um pouco mais de 40;, comenta Gilberto Caxias, gerente do Centro de Distribuição do Fujioka em Brasília.<br /><br /><strong>ICMS</strong><br />Na corrida do governo de Rodrigo Rollemberg (PSB) para aumentar a arrecadação tributária, a perda de indústrias pode diminuir a base pagadora de impostos. Em 2014, as 21 maiores indústrias do DF geraram R$ 184 milhões em ICMS. Segundo levantamento do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social do Setor Produtivo do Distrito Federal (Idesp), para cada R$ 1 de imposto, R$ 0,23 correspondem aos benefícios fiscais. ;Nossa preocupação é manter quem está aqui;, afirma Edward Líbaino Martins, gerente-geral do Porto Seco do Distrito Federal. Segundo Edward, com o desaquecimento do setor produtivo, a demanda para o porto também diminuiu. ;Nós tínhamos 85 pessoas contratadas em 2010; agora, nossa equipe é de 25.;<br />A melhoria da infraestrutura também é uma demanda do setor. No Polo JK, por exemplo, as indústrias têm problemas de energia elétrica e gastam muito com óleo para manterem geradores funcionando. A rede de esgoto não está interligada à estação de tratamento. As péssimas condições do asfalto também atrapalham as condições de escoamento das mercadorias.<br /><br />Para a Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra), uma das principais preocupações é a limitação do Fundo de Desenvolvimento (Fundefe) em R$ 100 milhões, depois do corte no orçamento anunciado por Rollemberg no mês passado. ;Esse valor mal atende o pessoal do Ideas e o resto do setor produtivo. Estamos conversando com o governador e ele tem se mostrado sensível ao assunto;, afirma Jamal Bittar, presidente da Fibra.<br /><br /><strong>Setor dinâmico</strong><br />Marcos Sarmento Melo, professor de finanças do Ibmec-DF e sócio da Valorum Consultoria Empresarial, explica que a indústria tende a ser financiada em todo o mundo porque o setor é dinâmico e gera muito emprego. Porém, ele ressalta que é preciso dar continuidade aos incentivos e evitar as panes burocráticas, como para concessão de alvará. ;Não adianta dar incentivo e dificultar o funcionamento da iniciativa privada com legislação.; Na opinião de Newton Marques, professor de economia da Universidade de Brasília, é preciso rever os incentivos. ;As indústrias pedem dinheiro, mas têm dificuldade para reagir. É preciso traçar uma real estratégia entre governo e setor produtivo;, acredita.</p><p class="texto"> </p><p class="texto">A matéria completa está disponível <font color="#FF0000"><a href="http://publica.impresso.correioweb.com.br/page,227,41.html?i=183978=da_impresso=da_impresso_130686904244">aqui</a></font>, para assinantes. Para assinar, clique <font color="#FF0000"><a href="https://www2.correiobraziliense.com.br/seguro/digital/assine.php">aqui</a></font> </p>