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Abaixo da demanda, doação de órgãos cai 15,5% no Distrito Federal

Para a central de captação, as questões culturais e religiosas ainda são um entrave no longo processo até a realização do transplante. No primeiro trimestre, foram apenas 299 cirurgias contra 354 efetivadas no mesmo período do ano passado

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Para muitos, a doação de órgãos é a única alternativa de cura. No Distrito Federal, porém, o número de doadores efetivos está abaixo da demanda. Cerca de 77% dos candidatos não realizam o procedimento. Dos 74 possíveis doadores no primeiro trimestre de 2015, apenas 17, de fato, foram parar na mesa de cirurgia, segundo dados do Registro Brasileiro de Transplantes, da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO). Das 34 entrevistas realizadas entre janeiro e março, 50% desistiram do processo. Segundo o Ministério da Saúde, no primeiro semestre, 299 transplantes foram realizados, ante 354 no mesmo período de 2014, um recuo de 15,5%.

A sensibilização das famílias ainda é uma barreira para as equipes de captação de órgãos. ;Este ano, tivemos menos doação e as filas continuam com gente esperando. A doação é multifatorial e, até chegar à etapa de entrevistar uma família, é um procedimento longo. Há muita recusa por causa da cultura e da crença religiosa. O que muda essa realidade é a educação, temos que falar de maneira mais transparente sobre doação de órgãos;, alerta Daniela Salomão, coordenadora da Central de Captação de Órgãos do DF. A maior espera tem sido dos pacientes que necessitam de um rim ; são 216 na fila (leia quadro).

O maior número de procedimentos ocorre pelo Sistema Único de Saúde (SUS) ; atualmente, a maior política pública de transplantes de órgãos do mundo, com 23.226 procedimentos, no ano passado, em todo o Brasil. O Hospital Universitário de Brasília (HUB), por exemplo, realizou, na última semana, o 500; transplante de córneas. ;É um número para ser comemorado. A fila de espera era para ser menor, mas temos que atender às demandas também do Entorno. Mesmo assim, conseguimos diminuir o tempo de espera e o acesso ao tratamento;, explica Giuseppe Cesare Gatto, chefe da Divisão Médica do HUB.

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