Em visita ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o governador do Distrito Federal (DF), Rodrigo Rollemberg, pediu apoio para que as medidas econômicas a serem analisadas pelo Congresso Nacional beneficiem também os estados e o DF. Sem declarar claramente sua posição sobre a recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), Rollemberg afirmou que o governo federal tem que buscar alternativas para equilibrar as contas do ponto de vista nacional. %u201CÉ claro que uma medida desta tem que ter uma participação, algum benefício para os estados.%u201D
Os governadores de seis estados %u2013 Bahia, Rio de Janeiro, Tocantins, Piauí, Alagoas, Ceará %u2013 e representantes de Sergipe e do Rio Grande do Sul também foram ao Congresso, no último dia 16, para se reunir com deputados da base aliada. Eles disseram que são favoráveis à recriação da CPMF, mas querem a garantia de que a arrecadação não ficará apenas com a União, e que o percentual cobrado seja superior ao 0,2% sinalizado. %u201CEstamos irmanados em defesa da CPMF e pedindo ampliação para 0,38%%u201D, disse o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, na ocasião.
Assim como Rio Grande do Sul e Pernambuco, o Distrito Federal tem registrado uma crise local que tem afetado os serviços básicos. Há pouco mais de duas semanas, o governo do DF anunciou um pacote de medidas para tentar equilibrar as contas. Na lista, a suspensão do reajuste salarial de diversas categorias que, segundo o governo, vai evitar uma despesa de R$ 400 milhões este ano.
Em entrevista hoje no Senado, Rollemberg afirmou que tudo está sendo decidido %u201Ccom diálogo e transparência%u201D e disse que a decisão sobre o aumento de salários foi discutida antes com os sindicatos. %u201CAs pessoas sabem que, efetivamente, não estamos pagando o aumento, porque não temos condições para isso, nem orçamentárias nem financeira%u201D, afirmou. Mas as conversas não evitaram a reação dos servidores das áreas de saúde, educação e de trânsito, que fizeram hoje uma paralisação geral na capital federal.
Segundo o governador do DF, além da falta de orçamento e de condições financeiras, o governo já extrapolou os limites da Lei de Responsabilidade Fiscal. %u201CAs medidas vão permitir ao DF caminhar rumo ao equilíbrio orçamentário e financeiro, voltar a ter capacidade de oferecer melhores serviços públicos e melhorar capacidade de investimento%u201D, disse. De acordo com o governador, algumas ações podem produzir resultados ainda este ano, mas a maior parte das medidas só terá consequências positivas a partir de 2016.
Rodrigo Rollemberg ainda lembrou que reduziu as secretarias de governo de 24 para 16 e já anunciou o corte de 20% dos gastos com cargos comissionados. %u201CEstamos tomando uma série de outras medidas de contenção de despesas e de ampliação de receitas%u201D, afirmou.