Com plano de ação pronto, a Polícia Militar aguarda outros órgãos do Governo do Distrito Federal (GDF) concluírem reuniões sobre a desocupação do St Peter Hotel, no Setor Hoteleiro Sul, tomado há três dias por 450 famílias, entre elas 90 crianças, do Movimento Resistência Popular (MRP). Na manhã desta quarta-feira (16/9), algumas pessoas deixaram o prédio para trabalhar e um carro da PM monitora a situação, estacionado do lado de fora do prédio.
Após decisão da Justiça que autorizou a reintegração de posse do prédio, a corporação chegou a anunciar que desocuparia o espaço hoje, mas, até o momento, isso não ocorreu. Por volta das 10h40, uma equipe do Corpo de Bombeiros juntamente com funcionários do hotel fizeram um levantamento nas proximidades do edifício. Eles checaram pontos de gás, água, eletricidade, entradas e saídas.
Um dos líderes do movimento Edson Silva disse que o grupo não foi notificado, mas que, mesmo que fosse, não tem planos de sair. ;Não estamos preparados para o confronto porque não somos militares, mas, se a polícia invadir, vamos defender o lugar com a nossa vida;, argumentou. No fim desta manhã, chegaram mais mantimentos ao hotel. Parte deles foi enviado por membros da Assembleia Nacional dos Estudantes Livre (Anel), que apoia o movimento.
Os sem-teto estão decididos a ficar no prédio. A terça-feira ficou marcada por abastecimento de alimentos e água para os invasores ; uma Land Rover entregou marmitas no estabelecimento ;, além de manifestações de apoio de estudantes da Assembleia Nacional dos Estudantes Livre (Anel). Por volta das 12h, um grupo lançou dois coquetéis molotov da área da piscina, além de soltarem rojões e entoarem gritos de ordem.
[SAIBAMAIS]Durante a estadia no St Peter, as famílias aproveitam as instalações de luxo. Na varanda dos quartos, alguns tiram fotos com a imagem da Esplanada dos Ministérios ao fundo. Na copa, preparam o almoço. O Correio teve ontem acesso ao hall, onde há bitucas de cigarro e latas de suco espalhadas. Sofás e cadeiras são usados para descanso e cochilos. Há, ainda, bebidas e guloseimas. Segundo um dos coordenadores do movimento, Edson Silva, os alimentos são trazidos de fora, inclusive o gás para fazer a comida. Garantiu que as instalações são preservadas e disse desconhecer o coquetel molotov. À tarde, houve um incidente: uma mulher do MRP se machucou ao descer as escadas do hotel. Socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) a transportaram para o hospital.am a imagem com a família.
Com informações de João Gabriel Amador, especial para o Correio