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Centro-Oeste lidera ranking do uso de substâncias ilícitas por adolescentes

Brasilienses entre 14 e 15 anos usam entorpecentes cada vez mais cedo e muitos aproveitam festas para consumir. Revistas são comuns, mas não resolvem


Opção de lazer para os jovens, as festas em Brasília têm se tornado um atalho perigoso para o uso abusivo de drogas. Cada vez mais cedo adolescentes que frequentam esses lugares consomem entorpecentes. Essa realidade se reflete nos dados coletados na Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estudo, o mais recente sobre o assunto, divulgado em 2012, fala sobre jovens de 14 e 15 anos. Entre as capitais, o Distrito Federal aparece com o terceiro maior percentual de jovens que já usaram drogas pelo menos uma vez. Por aqui, 14,1% disseram já ter tido contato com algum tipo de substância ilícita.

A pesquisa investigou o uso de crack, maconha, cocaína, lança-perfume e ecstasy, e mostrou também que 5,5% dos estudantes do 9; ano do ensino fundamental consumiram droga em um período de 30 dias à época da pesquisa. Nas regiões, os maiores percentuais foram observados no Centro-Oeste ; 9,3% disseram ter experimentado algum tipo de entorpecente ;, onde Brasília ocupa o primeiro lugar no ranking dos adolescentes que assumiram ter usado drogas. O destaque negativo serve tanto para os estudantes de escolas públicas quanto particulares.

O consumo crescente é visível nas festas mais badaladas da cidade. Segundo o produtor de eventos Pedro Russo, cujos trabalhos são direcionados a adolescentes com idade entre 12 e 17 anos, ;o controle é rigoroso, mas existem algumas substâncias, como papel (LSD) e bala (ecstasy), mais difíceis de detectar;, explicou. Para coibir o uso dos ilícitos, os seguranças são instruídos a verificar cuidadosamente os adolescentes. ;Pedimos até para eles tirarem os tênis quando achamos necessário fazer a revista mais detalhada;, acrescentou o produtor.

Para desestimular o uso de drogas, Pedro pretende fazer uma parceria com a Vara de Infância nos próximos eventos realizados na capital. ;Fechamos uma parceria bem legal. A ideia é colocar um estande informando os malefícios do uso das drogas;, contou. Assim, ele espera que haja uma redução do consumo nos eventos e, eventualmente, na vida dos adolescentes. ;Eles ainda são maleáveis. Espero que a ação seja educativa e siga para além do portão das baladas;, finalizou Russo.

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