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Munição encontrada no Lago Paranoá vira inquérito na Polícia Civil

A 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul) vai enviar ofício à Marinha, Exército e Aeronáutica. Polícia Civil não sabe há quanto tempo os projéteis estavam no lago

A Polícia Civil instaurou inquérito para investigar a origem dos 947 projéteis de uso restrito das Forças Armadas encontrados em um dos braços do Lago Paranoá, sob uma ponte, na QI 17 do Lago Sul. O delegado-chefe da 10; Delegacia de Polícia, Plácido Rocha, disse que vai enviar um ofício a cada um dos três órgãos das Forças Armadas -- Exército, Marinha e Aeronáutica -- para que identifiquem se houve subtração, roubo ou furto das balas no interior dos quartéis. Até o início da noite desta terça-feira (11/8) nenhum suspeito havia sido identificado.

Entre a munição encontrada na tarde de segunda-feira (10/8) há de calibre 45, 5.56, 6.35, 7mm e 9mm, todas em boas condições de uso acondicionadas em caixas. A Polícia Militar foi acionada por um pescador, após ele encontrar uma caixa onde havia 50 projéteis. O anzol ficou preso no objeto. As balas são utilizadas em fuzis e capazes de derrubar helicóptero e até perfurar tanque blindado. Cinco mergulhadores e outros 11 homens do Batalhão de Operações Especiais (Bope) participaram da ação, nas margens do lago e nas águas.

Militares desconfiam que o material tenha sido descartado por criminosos. Provavelmente, bandidos especializados em explosões de caixa eletrônico. O delegado responsável pelas investigações explicou que ainda não sabe há quanto tempo a munição estava no espelho d;água. ;Os projéteis poderiam ter sido descartados há um ano ou há meses. Ainda não temos essa informação, mas pelo estado de conservação não devia ter muito tempo;, disse.

Embora ninguém tenha sido identificado, a polícia não descarta a possibilidade de as balas terem sido furtadas ou roubadas das Forças Armadas do Distrito Federal. ;Essa munição saiu do Exército, Marinha ou Aeronáutica. Provavelmente alguém subtraiu e se arrependeu logo em seguida. Brasília não tem muita arma que utiliza projéteis dessa natureza, não é como no Rio de Janeiro;, explicou. ;Para nós é um mistério. Pode ter sido um oportunista que sem entender muito de munição subtraiu esses projéteis de uso privativo das Forças Armadas;, esclareceu.

Em nota a Marinha afirmou que não há nenhum registro de extravio de munição nas organizações militares localizadas no Distrito Federal. Por-email, o Exército esclareceu que existe a necessidade de verificar se houve sumiço dos projéteis de alguma organização militar, mas alegou que nem sempre esse tipo de material é desviado de unidades militares e, por isso, é necessário comprovar a origem dos projéteis. Já o Comando da Aeronáutica se limitou a informar que não foi consultado pela Polícia Civil, mas está ;a disposição para colaborar com as investigações;.