Jornal Correio Braziliense

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Secretário de Saúde diz que há infecção de KPC em oito hospitais do DF

A lista citada pelo chefe da pasta, João Batista de Souza, inclui unidades de saúde públicas e privadas

[VIDEO1]Mais um áudio vazado de dentro de um órgão do Executivo aponta que o micro-organismo Klebsiella Pneumoniae Carbapenemase (KPC) afeta pelo menos oito hospitais entre públicos e privados no Distrito Federal. Em reunião dentro da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, uma gravação do chefe da pasta, João Batista de Souza, revela que a situação ;está igual no mundo inteiro; e descarta surto. Ao todo, sete pessoas infectadas morreram esse ano e uma continua internada no Hospital Regional de Santa Maria (HRSM).

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A gravação teria sido feita na última segunda-feira (6/7). João Batista afirmou que há pacientes infectados nos hospitais Santa Lúcia, Santa Helena, Santa Luzia, Sarah Kubitschek e no Hospital Regional de Ceilândia (HRC). ;Tem um paciente que está lá (HRC) desde setembro do ano passado com KPC. No HUB, tive oito casos só em outubro de 2014;, comentou.

Em nota, a Secretaria de Saúde informou que os dados citados por João Batista são da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No áudio, o secretário cita somente o nome de seis unidades de saúde, mas a Secretaria de Saúde confirmou os oito hospitais. A Autarquia Federal, responsável por fiscalizar a pasta, não confirmou.

A assessoria de comunicação dos hospitais Santa Lúcia e Santa Helena negou a existência de pacientes infectados nas unidades. Os hospitais Sarah kubitschek e Santa Luzia não se manifestaram.

O Hospital Universitário de Brasília (HUB-UnB), por sua vez, informou manter controle rigoroso da situação, com protocolos de vigilância para identificação precoce de casos de colonização e infecção dos pacientes admitidos na instituição e também daqueles internados. "Quando há identificação de qualquer bactéria multirresistente, o hospital realiza todos os procedimentos adequados, incluindo isolamento do paciente, e seguindo criteriosamente todas as diretrizes da Vigilância Sanitária do Distrito Federal e da Agência Nacional de Vigilância em Saúde (Anvisa)", acrescentou a instituição, por meio de nota.

Um outro vazamento de áudio, gravado durante uma reunião de alguns deputados distritais com o governador do DF, Rodrigo Rollemberg, mostrou parlamentares fazendo suposta cobrança de cargos na administração pública. Os distritais falaram sobre "repartir o bolo". Após a divulgação das conversas, houve indignação na câmara e os distritais chegaram a abrir um pedido de investigação.

Entenda o caso

A endemia de superbactéria veio à tona em 28 de maio, data da primeira morte na rede pública do DF. As infecções foram principalmente por Enterococo, Acinetobactor baumannii e KPC. Ao todo, 25 pacientes passaram por exames no HRT. A unidade passou por uma limpeza geral das alas vermelha e amarela para conter a proliferação do micro-organismo. No HRSM, 16 pessoas ficaram isoladas para tratamento da contaminação. Um Plano de Enfrentamento, lançado em junho, foi aplicado a toda rede pública, segundo o GDF.