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Conheça Maria Rita, a mineira que já alimentou até JK em seu restaurante

Hoje com 95 anos, ela orgulha-se dos tempo de pioneirismo no Distrito Federal

Em meio a muitos risos e lembranças, Maria Rita Chaul, 95 anos, orgulha-se de fazer parte da história de Brasília. A mineira de Abaeté chegou à capital, ainda em construção, para, ao lado do marido, Geraldo Chaul, tornar-se uma das primeiras comerciantes da cidade. O ano era 1959 e Brasília, ainda um sonho. Por aqui, fincou raiz, criou os sete filhos e viveu um casamento feliz de mais de seis décadas.

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O convite para desbravar a nova terra partiu de um compadre do casal, o engenheiro Jofre Parada. Também pioneiro, ele propôs que a família viesse montar um restaurante para atender aos candangos que trabalhavam no canteiro de obras. Geraldo era gerente de uma loja, em Goiânia, e não pensou duas vezes. Mudou-se para o Planalto Central em 1958. Maria Rita veio um ano depois, com os filhos do casal.

A história Maria Rita e Geraldo começou 16 anos antes, em 1942, quando ela, aos 25 anos, e ele, aos 20, se casaram. A união foi um escândalo para a época, já que era incomum um casal formado com uma mulher mais velha. O companheirismo, porém, sempre foi a marca registrada do casal, que se manteve unido até 2002, quando Geraldo morreu. Também foi fundamental no início desse novo capítulo na vida da família. O restaurante ficava na Cidade Livre, no Núcleo Bandeirante, e funcionava no andar de baixo da casa onde moravam. ;Eu gostava demais de viver lá. Mas, como os barracos eram de madeira, acontecia muito incêndio e eu temia pelos meus filhos;, lembra a pioneira.

Maria Rita levantava antes de o Sol nascer. Às 6h, os trabalhadores chegavam para tomar café da manhã, antes de seguirem para o canteiro de obras. O almoço e o jantar dos candangos também tinham endereço certo: o Restaurante Ipê, na Avenida Central da Cidade Livre. Mas os trabalhadores, clientes de todos os dias, não eram os únicos do estabelecimento. O mais ilustre frequentador, também o mais amado por Maria Rita, era o ex-presidente Juscelino Kubitschek. ;De vez em quando, ele ia lá com o compadre Jofre e levava meu filho mais velho para andar de carro. Era um homem muito bom.;


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