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Governo do DF precisa remanejar R$ 1,2 bilhão para segurar contas da Saúde

O DF vive uma situação de caos na saúde, resultado do descaso do Executivo e dos deputados distritais com o cidadão. Esta semana, na Câmara Legislativa, o secretário de Saúde, João Batista de Sousa, revelou que o dinheiro destinado à área em 2015 já havia acabado. Em parte, isso se deve a dois fatores. Primeiro, o governo de Agnelo Queiroz apresentou uma estimativa de gasto muito abaixo das despesas reais. Segundo, os distritais, ao aprovarem o orçamento deste ano no fim de 2014, não fiscalizaram se os números do GDF eram reais e ainda cortaram a verba. Foi o que revelou ontem o diretor executivo do Fundo de Saúde do DF, Ricardo Cardoso dos Santos. Para cobrir as despesas até o fim do ano, será preciso remanejar R$ 1,2 bilhão, sendo R$ 450 milhões imediatamente para segurar as contas até agosto. Para os próximos dois meses, R$ 239 milhões estão garantidos.

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[SAIBAMAIS]Os números apresentados por Ricardo Cardoso revelam que os gestores da pasta no governo passado estimaram um gasto de R$ 9 bilhões para 2015. Na hora de elaborar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), o Executivo reduziu esse valor para R$ 6 bilhões, 33% a menos. E os deputados, ao aprovarem a LDO, tiraram mais uma fatia do bolo, destinando R$ 5,9 bilhões para serem gastos em saúde este ano. Para se ter uma ideia das discrepâncias, a verba destinada às despesas de custeio, este ano, foi de R$ 554,7 milhões, valor 22% menor do que o aprovado para 2014, de R$ 712,6 milhões. Quando comparado ao que foi gasto no ano passado ; R$ 1,2 bilhão ;, a distância fica maior.

Cardoso cita outras discrepâncias na previsão de gastos. Somente como benefícios para servidores da saúde, como auxílio-alimentação e vale-transporte, o GDF gastou R$ 161 milhões em 2014, R$ 41 milhões a mais do que estava previsto no orçamento. Para este ano, foram destinados apenas R$ 2,4 milhões. O valor, segundo Cardoso, é insuficiente para cobrir as despesas de um mês.